: O bicho?
: O Joãozinho tinha treis cachorro também, tinha treis cachorro, daí é, pegô e matô esse bicho, né, e cortô as sete, sete...
: Cabeça?
: As sete cabeça e cortô as sete ponta de língua. Só que ele já, ele conhecia já as moça, né, e as moça acho que se interessou po ele, por ele, né? Se interessô antes já e daí ele soube da história e daí a moça falô pra ele e era pra ele ir embora, contô a história, daí ele pegô e matô memo o bicho e cortô as sete ponta de língua, e cortô um pedaço do vestido da moça e enrolou, né?
: Hum.
: Aí quando o, o empregado foi vê ele disse que tava morto e disse que era ele que matô, né. Aí o fazendero mandô vestir o, o rapaiz, né, pra casá com a moça. A moça chorava, não queria, dizia que não era aquele, era o Joãozinho, era o Joãozinho.
: Aham.
: [Risadas]. Aí não era, daí, mai cadê esse Joãozinho, esse Joãozinho era escondido no mato, não, não aparecia. Só que quando foi no dia do casamento, fizeram banquete, tudo, ele mandava um cachorro dele pegá roubá a comida lá do, do, do coiso, aí que foi parecê inda ele. Aí tentaram matá o cachorro, né, não conseguiu, aí, daí ele acho que apareceu, né, ele apareceu, queria sabe de quem era o cachorro.
: Uhum.
: Aí ele apareceu, aí que a moça falô que o Joãozinho era ele. Daí...
: É.
: Daí passaram descoberto que:
- Não, mai como é que é ocê, ele que achô o ponta de língua!
Daí ele falô assim:
- Ele não achou o ponta de língua, ele achou toco de língua.
Daí tirô e mostrou a ponta da língua que ele tinha cortado e o pedaço do vestido da moça.
: Hum.
: Diz que deu certinho no lugá que cortou.
: Ai, aí ele casaram?
: [Risos]. É daí pegô e descubriu a mentira, né?
: Aham.
: Daí ele pegô e o homi pegô o burro da fazenda e amarrô o, o empregado, diz que abriu um num burro outro no outro, um burro bravo, diz que abriu o meio do rapaiz, morreu.