: Qual que é uma que o senhor lembra, que o senhor acha legal?
: Eu alembro que eu, eu tinha acho que 9 ano, eu ia ali na escolinha ali, assim, na escolinha, morava pertinho mesmo, só subi e descê lá, né, tinha um veinho lá com a veinha, num queria que eu fosse embora de noite. E eu ia lá as veiz lá pras 4 hora, eu ia. Aí eu ficava lá conversando com eles, eles gostava muito meu e eu gostava muito deles, estimava muito. A criançada, assim, passou a mão na cabeça, tá junto.
: Uhum.
: Aí eles ficava:
- Não vai embora não, pousa com nóis aqui.
O casal de veinho falava. Eu falava:
- Não, vô embora que eu não falei pra mãe.
Falava assim.
: [Risadas].
: Aí começava a fazê medo pra mim da história do bode.
- O bode vai pegá ocê.
Falava:
- Ah, num pega nada.
: [Risos].
: Vinha embora, mai com medo!
: [Risadas].
: Aí um belo dum dia, era mais o menos umas 10 hora da noite, eu saí de lá e subi, nessa hora que eu ia subido, a lua ia saindo, né, a lua cheia.
: Hum.
: Com a, a reta da rua deu numa brota de pichingui, mais o meno assim, ali quando mais eu avistei aquele lá, eu vi, era o bode, pra mim era o bode, né.
: [Risos].
: Eu falei:
- É hoje!
Mai falei:
- Mai num vô vortá! Se eu vortá depois fica ruim.
Aí conforme a, tava aquele tiradinho de estrada, assim, né, ai tava na beira, eu falei, eu desvio, fui oiando o bode assim, pareiei mais no, no mais longinho um pouco pra dá tempo deu corrê, né. A ideia meu era isso. Quando eu virei atrai assim, o, a, dava um ventinho, fazia assim aquela moitinha, arvejava, falava, e é o pelo do bode. Aí, aí, sumiu o...