O desenvolvimento de atividades em espaços como uma praça ou o pátio da escola e não numa área de preservação, possibilita que o estudante perceba que fenômenos e processos naturais estão presentes no ambiente como um todo, não apenas no que ingenuamente é chamado de natureza.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino da disciplina Ciências, para que o trabalho de campo tenha significado para a aprendizagem e não apenas como atividade de lazer, é importante que o professor tenha clareza dos diferentes conteúdos e objetivos que pretende explorar. É necessário preparar o estudante do ponto de vista intelectual e afetivo para participar da atividade de campo, envolvê-lo no levantamento de suposições que indicam os conteúdos que serão estudados. Para atingir esse objetivo é importante que o professor elabore um roteiro de campo, ferramenta essencial para o registro de dados que possam ser explorados na continuidade dos trabalhos em sala de aula.
Ser capaz de investigar e compreender dentro do seu contexto sócio-cultural – é o que se espera do estudante ao final do ciclo II do Ensino Fundamental. Para atingir esses objetivos é necessário que os professores criem condições para estimular os estudantes a:
Uma análise atenta das árvores nas proximidades da escola pode gerar uma boa situação de aprendizagem para estudantes no Ensino Fundamental. E uma forma criativa e interessante de desenvolver essas competências e habilidades nos estudantes de Nazaré Paulista é através da leitura ou audição das histórias que estão no site Flora Regional, que podem transmitir conhecimentos sobre:
Como era o bairro antigamente, como as pessoas viviam, como usavam as espécies de árvores da região;
Em Nazaré Paulista e em outros lugares/contextos, as mesmas histórias podem servir de inspiração para pensar a formação sócio-espacial, as territorialidades e temporalidades, abordando os processos que geram uma determinada ocupação do solo, as demandas por recursos naturais, o crescimento populacional e a urbanização.
Através da contação de histórias e entrevistas ao vivo os estudantes podem pesquisar a história da sua terra. Para a articulação entre as áreas de Arte, Língua Portuguesa, História, Geografia, Ciências e Matemática, por exemplo, é importante que todos os professores envolvidos planejem juntos as fases do trabalho e acompanhem o seu desenvolvimento. Cada um terá o compromisso de criar um clima de pesquisa e investigação, propondo a leitura de textos que ampliem as suposições iniciais.
Todas essas atividades também podem adotar como ponto de partida a escolha de uma espécie de árvore para plantar na escola.
Nas aulas seguintes ao trabalho de campo, à contação de histórias ou à leitura/audição das histórias do site, a classe, sob orientação do professor, se dedicará à organização e à análise de dados colhidos. Buscar outras informações para solucionar dúvidas que surgiram durante a excursão também é importante e possível de se realizar através das outras áreas do site Flora Regional. Por exemplo, o conteúdo técnico do site, sobre as espécies de arborização urbana, pode ser muito útil para a escolha da espécie a ser plantada no pátio da escola ou para confirmar a identificação de uma espécie da praça mais próxima. Este é um momento privilegiado para aprofundar aspectos do conteúdo e buscar generalizações e aplicações dos conhecimentos trabalhados.
Os alunos podem ser orientados a ouvir no site Flora Regional as histórias de espécies de árvores que encontraram nos arredores da escola e, em seguida, pesquisar no site as características dessas espécies, realizar uma “busca” nos bairros onde moram, para posteriormente trabalhar dados levantados.
A título de exemplo de como se trabalhar esses dados, os professores de Matemática podem propor desafios aos estudantes ensinando-os a calcular a altura de uma árvore pelo método do comprimento da sombra ou a estimar o tamanho da raiz com base na altura da árvore ( a raiz corresponde a cerca de dois terços da altura da árvore). Com essas “brincadeiras” será possível aprender e/ou reforçar conceitos importantes e complementar as atividades com a construção de gráficos e tabelas.
O estudo detalhado das grandes questões do Meio Ambiente como desmatamento, limites para uso dos recursos naturais, sustentabilidade, desperdício, etc. pressupõe que o aluno do Ensino Fundamental tenha construído determinados conceitos matemáticos (áreas, volumes, proporcionalidade etc.) e procedimentos (coleta, organização, interpretação de dados estatísticos, formulação de hipóteses, realização de cálculos, prática da argumentação etc.). Desse modo, as possibilidades de trabalhar as questões do Meio Ambiente em Matemática parecem evidentes.
Os professores de Ciências e Biologia precisam se preparar, pois serão muito acessados pelos colegas de outras disciplinas e pelos alunos em etapas de trabalhos como estas. A diversidade de seres vivos e os fenômenos biológicos estão presentes nas histórias, nas investigações e na área técnica do site.
Avaliar o aprendizado dos estudantes no decorrer das sequências didáticas é uma atividade essencial para concluir o projeto. Os professores podem elaborar juntos uma ou mais avaliações para se verificar a apreensão de conceitos, procedimentos e atitudes.
As produções das diferentes etapas do projeto, como redações, cartazes, gráficos, maquetes, bem como os registros fotográficos e filmagens podem compor uma exposição para a comunidade escolar.