- Ihrru!
: Hã! [Risadas].
: Aí sortei o outro, istalô no pau de novo, e eu correndo atrai dele, mais macio, pra num fazê barulho, pra ele não percebê, assim, agora, se eu fizesse baruio acho que ele desmaiava...
Mai quando chegô na reta... A cur... A curvinha que eu tava dava mais o menos uns 15 metro, e a reta ali dá mais, da uns 50.
: Nossa!
: Quando eu avistei a reta lá, só vi aquele saquinho de compra lá no final que feiz assim, que ele correu pra mais de metro. Falei:
- Não tem medo, não!
Aí vortei pra trais, fui, cheguei em casa.
: [Risada].
: Tuda semana ele ia comprá, fazê as comprinha no mercado, né?
: Uhum.
: Aí outra semana ele chegô, ficô na porta, e eu falo mai que a boca, num, e quando não tiro que mai da metade falo tudo mentira
: [Risos].
: Aí eu converso com um, converso com outro, e, e ele tava na porta lá, e eu fazia de conta que não tava oiando pra ele, mais ele ficava com os óio de canto assim, ele media eu, media eu, indo, ele, não entrô, foi embora. Depois outra semana nóis veio de novo, aí ele ficô na porta lá, aí, conversando com a turma assim, mais oiando eu, aí tava de dia, né?
- Ué João, entra aí João, o que cê tá fazeno aí?
Ele ficô oiando assim pra mim...
: Ele tava cismado! [Risadas].
: Ele falô assim pra mim:
- Ah, tomá banho.
:
- O que aconteceu?
- É, pensa que eu não sei, é ocê!
- É eu o quê?
: [Risos].
: Aí ele não contô! Eu falei, mais não vô contá também.
: [Risadas].
: [Risos]. Não vão descubrir a mentira?!
: Aí passô uns treis meis mais o meno, e eu sempre tirava um sarrinho dele assim, mais sem, sem ele descubri, né? Eu dizia:
- Esse João não tem medo, esse João não tem medo, que ele falô pra mim que num tem medo.