Hum, falei assim.
: [Risadas].
: Aí com uns treis meis mais o menos eu falei:
- João, cê num tem medo memo?
- Eu não tenho medo! Por quê?
Eu falei:
- Por que ocê correu aquele dia?
: [Risos].
: - Aquele dia num era assombração, não, era eu eu tava atropelando ocê!
: [Risadas].
: - Eu sabia que era ocê!
: [Risos].
: Eu falei, mai ocê não tem medo! Ocê falô que num tinha medo!
: [Risadas].
: [Risos]. Não era pra sabê, né?
: Eu falei:
- Olha João, não conta fato não, que uma hora eu mato ocê no caminho!
: [Risadas].
: [Rindo]. Ai que engraçado!
: [Rindo]. Mai foi bonito, eu atropelei ele, mai atropelei legal! Não fala isso que não tem medo o que! Quem não tem medo?!
: [Risos].
: Verdade, né!
: Ah!
: [Risadas].
: Agora negócio de caxão de defunto eu tinha medo também, nossa como eu tinha medo!
: [Risos]. Mais...
: O pai contava que, que saiu um home uma veiz né, pelo caminho, e o caixão vinha vino atrái, vinha vindo pra chegá nele, diz que: Tunque, tunque, tunque.
: É, a caixão, o cara do caixão tá morto, ué!
: É, mais tava assim, parecia que ele andava como gente, né, mais oiava pra trai era o caixão, né?
: Aham.
: Aí diz que o home arrancava o facão, assim, cruzava atrai, pra móde não chega, e, ai eu morria de medo!
: E ele continuava?
: É! Esse eu tinha medo memo!