: É? Por quê?
: Porque o pato ninguém qué pagá o pato, cê paga? [risadas].
: Risos
: E a galinha, ela bota pra quebrá, sabia? [risadas]
: Risadas
: E o seu Oswaldo antigamente no trabalho, na roça, é...dividia o trabalho das mulheres e dos homens?
: As mulheres não trabalhavam na roça, era difícil. Era só os homem, as mulheres tomavam conta da casa, ir lavá roupa, ir cuidá da casa assim. E nóis no serviço. Nóis era, nóis tinha aqui uma base de mais de vinte empregado que trabalhava com nóis no sítio aqui. Aqui, nesse sítio aqui, meu pai, criou onze filho, só comprando querosene e sal. O resto tinha tudo daqui. Ele vendia tudo pra vendê: café, era aqui da estrada aqui tanto a virada de cima era cafezal, café, de começava de azeite e de mamona, até mel de jataí, o que precisava tinha aqui no sítio. Era tudo criado aqui memo.
: E fazia tudo as coisas que precisava?
: Fazia.
: Por exemplo: monjolo...
: Tinha mijolo tocado a cavalo aqui, tinha aqui. Que num tinha água suficiente, e meu pai sonhou com o mijolo desse com cavalo, sonhou e fez. E dava o dobro do serviço que o da água era uma mão pro cê. E ali era duas: um pra levantá, o outro caía. O cavalo dava virada lá em cima, [...] lá em cima, dava doze pancada aqui embaixo. Era uma beleza pra limpá. Limpava tudo, limpava café, limpava arroz, milho, ele limpava milho, fazia aquela, tirava farelo, pra criá porco, pra curtí o milho pra fazê farinha, tudo feito aqui mesmo.
: Tudo aqui. E o monjolo fazia com que madeira? O senhor lembra?
: Era jacarandá, guatambu, tudo madeira de lei, madeira forte porque, era... senão não aguentava.
: E quem fazia o monjolo era o seu pai mesmo?
: O meu pai que fazia.
: Ele fazia?
: É...Ele feiz um mijolo aí, ele nossa...Pai do céu, como deu resultado! Ele era muito inteligente.
: E ele chegava a fazê outras coisas também?