: isso no bairro, de uma forma geral, e na sua casa, o seu cantinho preferido?
: O meu cantinho preferido? É, primeiro que eu não sei, parece que é uma sina, não sei, a gente faz as escolhas da gente, quando eu comprei a minha casa em São Paulo, eu moro num lugar que pro cê tê ideia, eu enxergo toda a paulista, que eu já tô quase na parte da Serra Cantareira, cê não enxerga lá da Paulista a Serra da Cantareira?
: Ahã.
: Eu enxergo toda a cidade, tanto é que quando eu fiz a minha casa, o meu terreno lá em São Paulo é assim: aí a casa, foi tchum, tchum, tchum. O último andar é um puta dum, é a garagem e uma varandona no final de ano a gente estourava fogos e ficava olhando, cê via todo o movimento da cidade. Então acho...e lá onde moro agora, eu consigo ver toda a parte de baixo: onde mora a Renata, onde mora a Ivete, só que numa proporção menor né? Eu tenho uma visão de tudo, eu acho que eu morava, eu devia, vamo supor se for verdade mesmo né, no tempo dos bandeirante eu devia ser aquele cara que ficava olhando lá pra vê se os bandido não vinha pra saqueá. [risos]. Não sei é uma coisa, e meu pai, onde a gente morou em Guarulhos também, agente era num lugar alto, porque eu lembro que eu ficava olhando a baléria[? – 01:23:10], aí cê via que tinha treinamento dos militares, treinavam muito, helicópetero, saltá de paraqueda e era um morro também ficava vendo lá. Então...sei lá. Eu acho que foi o que aconteceu mesmo, o meu pai quando ele deve ter ido fazê negóicio que ele pegou isso, essa propriedade que eu moro numa dívida, ele deve tê olhado a posição. Nunca fui de...eu sempre acho legal cê morá num lugar que tem água, que seja baixo, mas sempre morei num lugar alto. Não sei...
: Gosta mesmo né de ver a paisagem assim né?
: Cê tá por cima, ainda brinco assim. Um dia se acabá, se a gente tivé em São Paulo, a gente não é assim primeiro morrê, se acabá em água [risos]. Se for aqui também, a gente não é [risos].