: É. E aí ajuntou o serviço também, trabalho no IPÊ.
: risos
: Pra reforçá ainda mais.
: Pra reforçá. Aí cê veste a camiseta: Ipê. Hoje eu não tô. Mas todas as camisetas de qualquer coisa tem o Ipê. A nossa de trabalho mesmo é um pezinho de Ipê. O logotipo.
: E além do Ipê que te traz esse encantamento todo, essas lembranças, tem alguma outra árvore que você lembra de alguma história, de algum fato...
: Primavera.
: É?
: É. Primavera, tem a roxa, tem a vermelha, é... minha mãe gostava muito, tinha na entrada do sítio da gente tinha umas enorme, minha esposa já tentou plantá de tudo quanto é jeito, precisa de água, ela não vai mesmo que você regue ela...em casa não tem. Agora na parte mais baixa que é próxima ao rio. Aqui mesmo fiquei, cê lembra Séfora, caiu uma na estrada? Há um tempo atrás? O ano passado?
: Primavera?
: É. É caiu uma aqui na curvinha, cê aquele dia lá bem antigo aquele pé né? Eu fiquei chateado pra caramba, que era bonita pra caramba aquela primavera lá.
: Tem aqui né?
: Aqui tem bastante, tem uma aqui né? Até que...tem uma história né? De vocês aluno lá [da ESCAS]:
- Olha a primavera!
– Ué não é outono não?
Quem foi?
: [risos] Acho que eu...
: Uma das meninas que fez observação, que é outro nome né?
: É lá em Minas é Bugavile [Bougainville]. Eu nunca tinha ouvido falá primavera.
: Sério? [risos]
[risos]
: Sério nunca, eu mesma falei: - Gente massa gente não tá na primavera, a gente no outono! [risos].
: Tanto é que se a gente não tivesse violência no bairro do Cuiabá, eu teria coragem de comprá uma propriedade lá, você o que tem de primavera lá? Porque lá a represa não afetou né, o bairro do Cuiabá. Onde tem a casa dos escravo ali, é um bairro muito bonito, lá tem cada primavera...Tem água em abundância, até a gente quando fez o trabalho do lixo, a gente tava olhando que o pessoal colocou as lixeira do lado dos córrego tudo, né? É uma parte de Nazaré que você dá pra imaginá como é que era no passado...imagina se lá que é alto, é bom, imagina como que era essas área que foi tudo alagada. Mas...alguém precisava fazer o sacrifício né? E o pessoal conta também que tem muita história, olaria, essas coisa aí tudo...vilinhas, diz que próxima da cidade tem vilinha, diz que ainda tem ainda, de vez em quando tem gente que mergulha e vê ruína ainda.