: Nazaré num vendia nada né?
: Não.
: Só Santa Isabel que vendia.
: O senhor falou que levava carvão também?
: Exato.
: Como que era o carvão?
: O carvão era no burro. Subiu esse morro um dia encontrei com as burrada, ainda era pequeno [...] sete ano né, quando ocê encontrava com burrada num parava mais, eu fiquei parado na beira da estrada deixei passá. Porque tinha oito tropeiro em cinco burro cada um.
: Carregava carvão ali atraís da montanha, 4 saco de cada burro ia embora batê lá em Nazaré.
: E tinha o pessoal de Pedra Branca, Ouro Fino, pegava aqui, levava em Santa Isabel a Arujá, era longe também. Era tudo estradinha assim, bem estradinha [...].
: Fazia o carvão no meio da mata mesmo?
: Passava no meio da mata.
: Era um trilho né?
: Um trilho no meio da mata.
: E o senhor trabalhou com tropa?
: Não eu não trabalhei. Carvão eu fiz bastante.
: Fez carvão bastante?
: Fiz.
: Fez carvão bastante? A senhora também trabalhou no carvão?
: Fiz.
: E aí fazia com as árvore do mato mesmo?
: É.
: Mais tinha alguma que era melhor pra fazê carvão?
: Tinha. Tinha umas madeira.
: As madeira dava carvão era boa.
: É? Quais?
: O carvão, lá tem muita madeira.
: Tem muita madeira boa né?
: Que dá carvão bom é o jacarandá e o guatambu. Aquela... angica esse aí dava carvão bom.
: O que que é um carvão bom?
: Carvão bom de fogo é que, que ela acende o fogo forte e aí atura o... o fogo. E tem conforme a lenha, conforme a madeira, às vezes dá um carvão levinho, pois o fogo ali na hora queima.