: Daí coloca mais madeira [...]
: Nossa é bem trabalhoso né?
: Muito.
: A caieira é um forno bom de trabalhá.
: Mas vocêis chegaram a trabalhá em forno também?
: Em forno nós trabalhamos também. Aqui quando nós compramos o sítio, nóis fizemo muito carvão aqui.
: No sítio.
: Aqui no sítio. Agora tá no eucalipto.
: Mais por que parou de fazê assim?
: Não tem como tirá mais a mata.
[...] Fazia só do mato do terreno né? Agora não pode mais.
: Agora aqui tem a reserva aqui.
: Tá tudo me reserva e o que tá em reserva é reserva, o que tá em eucalipto é eucalipto. A gente não faiz mais carvão.
: E eucalipto contrata empreiteira pra cortá e levá?
: Tem o cortador que corta [...]. A gente vende aí pra esses caminhoneiro. A gente compra e eles transporta pras firma.
: Mas o mercado é daqui de Nazaré ou é da região?
: Não...Guarulhos, São Paulo, Campinas, eles levam pra...
: Se deixá vai o dia inteiro né, a gente vai aqui a noite inteira conversando.
: [risos]
: É que a gente gosta também né? Então...a gente ouve com muito...muita atenção, curiosidade né. Vai as duas [risos], é que a gente gosta mesmo porque mudou muito né?
: Mudou...
: Mudou nossa...
: E uma coisa que a gente sente, que a gente acha importante é que quem não conheceu tenha né uma oportunidade de ter acesso a isso porque é a história nossa né? É nossa, é da região, de São Paulo, do Brasil. A gente ouve tanta história de outros lugares mais não conhece a nossa própria história né?
: O meu pai contava bem antigamente antes de...o meu pai tava, agora tá completando, já completou, vai completá 108 ano, todo o tempo dele, quando ele era na mocidade, menino, num tinha carvão, num existia. Carvão surgiu foi de 80 ano pra cá. É mais ou menos isso aí. Aí a vida dos pessoal melhorou, porque antes do carvão, 100 ano atrais os pessoal viviam só da planta, só que tinha porém, tinha aqueles armazenzinho, vendia pra pagá num prazo de 1 ano. Então plantava arroiz bastante, fazia aquelas planta de milho, pra sobrá, quando chegava no fim do ano, no tempo da colheita, daí ele vendia aquilo lá, ia pagá o armazém. [risos]. Mais comprava pouca coisa, o armazém esperava 1 ano. [risos] Era assim.