: Risos.
: Hoje tudo tá muito mudado nossa...Hoje muitos reclama da vida que tá ruim, mas nós tamo num pedacinho do céu. Um pedacinho do céu hoje. Vê o sofrimento do povo antigamente. Que eu já não cheguei a alcançá tanto sofrimento deles né, mas mesmo assim a gente conheceu uma parte do sofrimento deles que viveu aqui no sítio. A gente vivia né, era muito complicado, nossa.
: O senhor falou catre?
: Catre era a cama.
: A cama chamava de catre.
: Faziam lâmina de madera.
: E o colchão era de que?
: Palha.
: [risos] Palha de milho.
: Tirava as palhas e fazia o colchão. Ia dormi aquele barulhão [risos].
: Do milho tirava tudo né? Tudo do milho usava?
: É, tudo do milho.
: E cêis plantavam aqui também, aproveitavam tudo?
: Aproveitava a palha, aproveitava tudo. Sabugo a gente queimava, fazia brasa. Aproveitava.
: Pra fogão de lenha?
: Fogão de lenha, é.
: Pra passá roupa também né?
: A gente fazia aquelas brasa, ponhava um ferrinho de, você não conhece aquele ferrinho de manual, assim de ferro?
: Ah conheço.
: Então a gente passava roupa naquele.
: E aí fazia a brasa com sabugo.
: Fazia a brasa do sabugo, colocava lá dentro, esquentava, dava pra passá uma porção de roupa. Durava o ferro quente.
: Rendia bastante?
: Rendia. Dava pra passá um monte de roupa.
: E na opinião de vocêis, de cada um de vocêis, qual que a árvore assim que acha mais bonito, que é a preferida que gosta de vê ou que gosta de lembrá?
: É, tem várias árvores aí.
: É, tem bastante árvore. O cedrão é bonito, o jacarandazão, bem grande é bonito. guatambu dá direitinho.