: Matava uns bicho, num tinha amor neles. Agora hoje num...
: Não é que num tinha amor porque num tinha...
: Agora mesmo que tenha liberdade num tem corage de dá um tiro no bichinho.
: Mais era o divertimento deles, antigamente. Não tinha o que fazê.
: Era muito pouca gente.
: E caçava pra alimentá?
: Era só pra alimentá. Os bicho do mato, é um bicho...a carne do bicho do mato é uma carne que pra saúde é em primeiro lugar. Num tem outra.
: É? Por quê?
: De saúde, de saúde, de verdade.
: É uma carne pura né?
: É. É natureza!
: É da natureza.
: Melhor que a do gado?
: Pra saúde é melhor.
: Pra saúde é, de todas as carne que existe, os bicho do mato é pra saúde. Ah, os índios são fortes né? [risos].
: Só vive com coisa do mato né?
: Só com as coisa do mato que nem de primeiro num tinha açougue, Nazaré o açougue abria sábado, domingo lá pro meio dia fechava...
: Só uma vez por semana e cada mês que tinha a...
: É de cada quinze dias só. Matava um boi lá dava pra todo mundo [risos]. O pessoal não comprava muito não.
: Também era pouquinha gente né? Aumentou gente agora né?
: E qual bicho que era mais arisco assim, mais difícil de caçá? Quando caçava era...a alegria?
: O bicho aí, era quati, porco do mato, eu nunca matei quati, nem porco do mato, os outro matava.
: Mas esse era antigamente.
: Era antigamente, agora não.
: Ah sim, agora mudou muita coisa.
: Agora mudou muito, agora não pode mais.
: Agora não tem mais jeito.
: E tinha árvore de cheiro assim, de época que dava um cheiro gostoso, que tinha aquele perfume?
: Canela né?