: E usava madeira pra fazê algum instrumento musical? Viola, essas coisa?
: Aqui não fazia instrumento.
: E de...utensílios assim de casa? Usava cesto pra fazê...cesto, colher, essas coisas...
: Só...como é que fala...bordá, balaio...
: Balaio?
: É.
: Como que é o balaio?
: É um cesto assim feito de taquara...
: Balaio é que nem uma bacia grande assim pra por as coisa, por mantimento, enchia de feijão...
: Fazia aquele grandão assim...
: E quem que fazia?
: Tinha a pessoa que sabia, porque nem todo mundo sabia fazê né?
: Fazia peneira né, peneira de taquara, pinima, na mata ainda existe aqui na virada de lá tem.
: De quê?
: Taquara Pinima.
: Taquara...
: Pinima. Ela dá, feito um cipó, ela vai embora pro alto. Cortava lá fazia peneira. Dava bom, é da fininha, dava esse comprimento assim.
: É uma peneira que dura muito tempo, nossa...
: Fazia peneira pra mariscá [risos].
: E vocêis sabiam fazê?
: Eu não sei...eu não...
: Tinha que tê uma certa habilidade pra fazê...
: A prima dele que fazia.
: Ah é?
: Ela fazia tudo quanto era de taquara.
: Tudo quanto era cesto ela fazia...
: Que nem eu falei o tapiqueiro[? – 00:20:24] ela fazia. Fazia peneira, peneira pro arroz. Arroz tinha que fazê pequenininho, tinha uma paciência pra fazê... Fazia...selecionava o jacá, bem grandão assim, fazia sozinho, eu não sei como é que esse mulher consegue fazê. Ela conseguia fazê.
: E tinha assim, tirando verduras, o que era da plantação, planta de comê, tinha... que pegava no mato tinha assim? Alguma erva que dava no mato?