: Meus pais faziam farinha de mandioca, tinha a...chamava prensa, que é que nem um trado[? – 00:13:13] ele torneava o cerne do jacarandá, bem torneadinho, pra espremê aquele lá pra deixá só a massa. Que nem ficá sequinho. Que tinha era a manual ainda, ia virando assim até...E o balaio era chamado tapeti, aquilo lá era pouca gente que fazia, era que nem esses novelo de linho, preenchia ali de massa, colocava ali, aquela prensa ia prensando, até...retirá a [...].
: E todo mundo trabalhava lá na farinha?
: Trabalhava.
: Homem, mulher...
: É tudo junto.
: Todo mundo junto que trabalhava. E aí quando, por exemplo, iam construí um monjolo, fazia a roda d’água, por exemplo, chegava a desenhá assim ou tinha...
: Era...
: Eles faziam no...Não tinha nada marcado, desenhado.
: Não, mais na madeira desenhava como que tinha que fazê.
: A não...riscava lá, e fazê.
: Pra cortá, os cambote[?- 00:14:05] tudo era assim. Era... não era régua, era...você já viu a roda d’água né?
: Já.
: Fazia umas ruena[? – 00:147:14] tudo com... assim, trêis eixo, esse era virado com burro. Aquele lá era a guarapa, da cana, fazê açúcar.
: Viu como era sofrido antigamente?
: E não tem nenhum mais aqui no bairro?
: Não. Agora não tem mais nada.
: nada, nada. Na venda do Joel lá tinha aqui. Tinha, acabou tudo.
: Mas nem aparece o sinal mais.
: É tão bonito né? A gente custa pra vê.
: É isso que a gente para e pensa, quando a gente era menina né, era tão sofrido, mas ao mesmo tempo era tão divertido porque nasci e cresci na família de oito irmão né? Então era muito divertido, a gente saía correndo descalço de manhã, ia pro mijolo, pro mangueiro do porco [risos]. Era muito divertido. Dava geada a gente saía descalço no meio da geada, hoje se a gente fazê essas coisa, a gente não consegue fazê mais.
: Hoje tem que tê pelo menos um chinelo.
: risos