Cerrado (Campo Limpo de Cerrado, Floresta Ciliar), Mata Atlântica (Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila, Mangue, Restinga), Pampa 5
Restauração, Arborização urbana, Silvicultura
A aroeira é uma árvore pequena, que atinge até 15 m de altura. Ela é bem comum na beira de rios e córregos, mas é também encontrada em capoeiras e áreas abandonadas. Possui tronco torto e sinuoso, de casca áspera. Suas folhas são de coloração avermelhada quando jovens e suas flores são melíferas, muito visitadas por abelhas. Os frutos da aroeira são bem pequenos, arredondados, de coloração vermelho-viva, utilizados como tempero na culinária. Da semente se extrai um óleo com propriedade inseticida; da casca se retira uma resina para vedação, além do tanino que é usado para fortalecer redes de pesca.
produtos madeireiros (mourões, construção civil, carvão, lenha), produtos não madeireiros (alimentação animal (forragem), alimentação humana, apícola, recurso para fauna, medicinal, ornamental, corantes, óleo, resina, substâncias tanantes) 7,2,1,3,4
Etnobotânica & História
A aroeira é uma espécie de muitas utilidades. Sua madeira é resistente, sendo usada tradicionalmente na região de Nazaré Paulista para construção civil, mourão, lenha e inclusive para o carvão. Essa espécie resgata nos moradores locais lembranças do passado: “Debaixo da aroeira tinha uma bica d'água e uma passagem assim que todo passava, o gado passava, a gente passava...Ah era tão divertido!”
Entrevista com Antenor e Hosana (p. 29, 33, 58, 59, 63)
Áreas encharcadas/alagadas, Áreas bem drenadas 3,1
Requer solos com drenagem boa a regular e suporta inundação e encharcamento moderado (CARVALHO, 2003). É comum em beira de rios, córregos e em várzeas úmidas, porém, cresce também em terrenos secos e pobres (LORENZI, 1998).
A floração é irregular ou ocorre duas vezes ao ano, precocemente, a partir do primeiro ano. No Estado de São Paulo ocorre de agosto a março (CARVALHO, 2003).
Frutos maduros de março a outubro no Estado de São Paulo (CARVALHO, 2003). Dezembro a julho (BACKES; IRGANG, 2004). Janeiro a julho (LORENZI, 1998; COALBA, 2002).
Segundo Zangaro et al. (2002), em casa de vegetação a espécie apresenta alta colonização de micorrizas arbusculares (MA), enquanto que no campo, apresenta média colonização de MA. Já Carneiro et al. (1998), verificou baixa colonização de MA para esta espécie.
Os frutos da aroeira devem ser colhidos quando passam da cor verde para róseo ou vermelha, a extração das sementes se faz por maceração e em seguida, para remover a casca, lavar em água corrente. Após a extração, as sementes devem ser postas em peneiras e secas em ambiente ventilado (CARVALHO, 2003). Recomenda-se colher os frutos diretamente da árvore quando maduros. Estes já podem ser utilizados como se fossem “sementes” (LORENZI, 1998).
Recomenda-se semear a aroeira pimenteira em sementeira e depois fazer repicagem para sacos de polietileno ou tubetes de polipropileno de tamanho médio. A repicagem deve ser efetuada 3 a 5 semanas após a germinação. As mudas atingem porte adequado para plantio no campo, com cerca de 4 meses após a semeadura. Mudas com altura entre 20 e 80 cm não apresentam problemas no plantio (CARVALHO, 2003). Lorenzi (1998), recomenda colocar as sementes (frutos) para germinação logo que colhidas em canteiros a pleno sol com substrato argiloso. Esta espécie propaga-se também por estaquia de ramos finos e raízes (BACKES; IRGANG, 2004).
Espécie heliófila (LORENZI, 2002). Não tolerante a sombra (BORGO, 2010).
Dados madeireiros
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Bibliografia
1 CARVALHO, P. E. R. Espécies arbóreas brasileiras. 1. ed. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2003. v. 1, 1039 p.
2 BACKES, P.; IRGANG, B. Mata Atlântica: as árvores e a paisagem. Porto Alegre: Paisagem do Sul, 2004. 396p.
3 LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Editora Plantarum, 1998. v.1, 360 p.
4 CONCESSIONÁRIA DO SERVIÇO PÚBLICO DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO ESTADO DA BAHIA - COELBA. Guia de arborização urbana. Salvador: Unidade de Meio Ambiente, 2002. 55 p.
5 SILVA-LUZ, C. L.; PIRANI, J. R. Anacardiaceae. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB4401>. Acesso em: 21 jul. 2013.
6 DURIGAN, G.; FIGLIOLIA, M. B.; KAWABATA, M.; GARRIDO, M. A. de O.; BAITELLO, J. B. Sementes e mudas de árvores tropicais. São Paulo: Páginas & Letras Editora e Gráfica, 1997. 65 p.
7 LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. 4 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002. v.1, 368 p.
8 BORGO, M. A Floresta Atlântica do litoral norte do Paraná, Brasil: aspectos florísticos, estruturais e estoque de biomassa ao longo do processo sucessional. 2010. 165 f. Tese (Doutorado em Ciências Florestais) - Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba. 2010.
9 TRINDADE, A. V. C.; ROCHA, M. P. da. Avaliação da situação fitossanitária das árvores de praças em Curitiba. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE ARBORIZAÇÃO URBANA, 3., 1990. Curitiba. Anais... Curitiba: FUPEF, 1990. p. 324-330.
10 DAVIDE, A. C.; SILVA, E. A. A. da. Produção de sementes e mudas de espécies florestais. Lavras: Ed. UFLA, 2008. ed. 1, 175 p.
11 CARVALHO, L. R. de; SILVA, E. A. A. da; DAVIDE, A. C. Classificação de sementes florestais quanto ao comportamento no armazenamento. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v. 28, n. 2, p. 15-25, 2006.
12 WIELEWICKI, A. P.; LEONHARDT, C.; SCHLINDWEIN, G.; MEDEIROS, A. C. de S. Proposta de padrões de germinação e teor de água para sementes de algumas espécies florestais presentes na Região Sul do Brasil. Revista Brasileira de Sementes, Pelotas, v. 28, n. 3, p. 191-197, 2006.
13 ZANGARO, W.; NISIZAKI, S. M. A.; DOMINGOS, J. C. B.; NAKANO, E. M. Micorriza arbuscular em espécies arbóreas nativas da bacia do Rio Tibagi, Paraná. Cerne, Lavras, v. 8, n. 1, p. 77-87, 2002.
14 CARNEIRO, M. A. C.; SIQUEIRA, J. O.; MOREIRA, F. M. S.; CARVALHO, D. de; BOTELHO, S. A.; JUNIOR, O. J. S. Micorriza arbuscular em espécies arbóreas e arbustivas nativas de ocorrência no sudeste do Brasil. Cerne, Lavras, v. 4, n. 1, p. 129-145, 1998.
15 PIVETTA, K. F. L.; SILVA FILHO, D. F. da. Arborização urbana. Jaboticabal: UNESP/FCAV/FUNEP, 2002. 69 p. (Boletim Acadêmico, Série Arborização Urbana). Disponível em: <www.uesb.br/flower/alunos/pdfs/arborizacao_urbana%20Khatia.pdf>. Acesso em: 2 fev. 2013.