: Mai cê não viu fazendo não, né?
: Efeito de, de madera, e amarrado taquara.
: E foi o seu pai que feiz ou já...
: Foi, foi ele e arrumava mais argum pra ajudá, né mai foi ele memo.
: Mais cê viu ele fazendo aquilo lá?
: Não vi porque...
: Ocê viu feito mesmo?
: Eu vi feito porque quando eles fizeram a minha mãe tava pra ganhá eu, né, quando feiz.
: Hum.
: [Risadas]. Aí, quando, daí quando nói mudamo, aí, daí a minha mãe teve eu, né, nasceu eu nessa casa.
: Nessa casa?
: Nessa casa. [Risos].
: Ah, a senhora morô lá então?
: Aham.
: E aí quando o seu pai construiu, você falô que outras pessoas ajudavam, fazia mutirão, assim, era mutirão?
: Era mutirãozinho, em sábado, assim, daí construía a casa.
: E como que fazia? Chegava...
: É, fazia um almoço, convidava as pessoa, e fazia um almoço, só que o dia daquela pessoa era trocado, né? São, é, ele vinha ajudá, arrumá, a fazê a casa, outro dia ele ia fazê, cuidá duma pranta, roçá um pasto, uma porção de coisa.
: Ah.
: Pra pagá o dia, né.
: Ah.
: Mais a primera coisa que fazia era cavocá o barranco, fazê terra, pra fazê barro.
: É, e era tudo trocado, assim, o dia.
: Porque ali já tava tudo:
- Amanhã nóis vamo barroteá.
Falava barroteá.
: Hum.
: - Dá pro cê ajudá eu lá?
- Dá.
Aí arrumava uma meia dúzia de pessoa, uns trei ficava metendo água naquele monte de terra, ponhado terra, ponhado água e pisando por cima, pra amassá aquele barro.