: Nóis, nóis, trabalhava, tinha quatro, que era meu pai, meu pai era sacudido inda, eu tavo começando a trabaiá também, mais ou meno, aí tinha o irmão mais novo, esse num, nossa, num ia memo, ia na escola só.
: Tá
: Aí eu tinha os dois irmão mai véio, nói fazia derrubada, meio arqueire de chão, é 12 mil metro e pouco.
: Hum.
: Quadrado. Fazia derrubada eucalipto e cortava tudo no machado. Quando acabava, tava acabando de cortá, tava duro, que secava tudo. Aí num rendia o serviço, né.
: Hum.
: Mais nóis fazia um dinherão, que muita lenha vendia. Dava bastante carvão lá. Nói levantemo, o pai, o pai não foi pra frente porque o pai era muito medroso, né, o pai queria punhá o dinheiro a juros, só.
: Ah, tá.
: Nói trabaiava pra ele, mai tinha tudo, o que nói quisesse, nói tinha.
: Uhum.
: Mai nóis trabaiava só pra ele.
: Tá.
: Depois que foi casando, foi fazendo uma casinha cada um, casinha simples, mai feiz pra tudo. Aí cada um tem que se virá, depois do casamento tem que se virá.
: Uhum.
: Aí, dai trabaiava pra ele, né?
: Tá. E usava madera pra fazê brinquedos? Voceis por, por exemplo, tinham brinquedo de madera?
: Ah, o meu carrinho era de madera.
: [Risadas].
: Era de madera?
: Inclusive, eu tava na garupa de outro. [Risos]. Aquela descida da escolinha do Caraça ali assim.
: Ah?
: Era uma estrada, sorte que não tinha pedra, nada também, era terra só, e a máquina ia passá ali, nói pegava aquele carrinho e subia lá em cima, no pico do morro lá, e um montava na frente e outro atráis. Era um carrinho, duas rodinha atrai, e uma roda na frente, e aquele gancho, assim, que nem bicicleta, assim.