: Eu queria e ninguém me dava boneca. [Risos]
: Óh tadinha, mas qual boneca que é, mas aí num tinha essa boneca mas fazia outro tipo né?
: Daí brincava de sabugo, boneca de milho, assim, né, cortava o cabelo né?
: As menina...
: Ae nóis fazia, cortava o papel e fazia ropinha pra ela né? [Risos]
: Olha só!
: [Risos]. A minha prima ensinô.
: É.
: Aí um dia fui passeá na casa da minha prima, ela perguntô se tinha boneca, aí falei num tinha, queria muito né? Aí ela tinha uma bunequinha desse tamaninho assim, deu pra mim.
: Oh!
: Mais eu guardei até agora pouco tempo, minhas fiazada que perdeu a minha boneca [Risadas].
: É?
: [Risos]. Mai eu queria, eu queria, eu queria tanto assim, né?
: Aham.
: A minha prima tinha uma grande, assim, bonita, e era de pano, ela era macio, né? A gente pegava e tinha o chapeuzinho.
: Hum.
: Mai ela ficava bonitinho, que era ela redondinho, né? Ai, eu queria tanto, mai ninguém me deu! [Risadas].
: [Risos]. E a senhora gostava de brincá do que quando era menina?
: Era só isso.
: As brincadeiras?
: Só, só isso.
: Mais ceis brincava de pulá corda, essa coisa?
: É, as veiz a gente brincava, nossa, muita coisa, a gente num... Ficô só... Na ilusão! [Risadas].
: [Riso].
: É porque, não, a gente num teve infância, né? Nossa, tem coisa a gente até fica emocionado, sabe? Que hoje a turma fala que a gente é bobo, isso e aquilo, não, olha quanta coisa eles tinha, né? A gente não teve!
: Trabalhava muito,né?
: Trabalhava muito, não teve infância. Que os pai puxava muito pra roça, sabe?