: Hum.
: Nossa, muito!
[emociona-se]
: Ceis eram em quantos irmãos?
: É, na, na casa, né, era em 5.
: Em 5? E quantos homens, quantas meninas?
: Eu acho que tinha, homem, é...
: Treis homem e duas menina.
: É, é, treis homem e duas menina tinha.
: Mais então cê tinha a irmã companheira! Ah, ceis brincava, hein?! Ah!
: Ah, tinha irmã, mais era pequinininha, era criança, e eu também, né, tinha uns 8 ano, mais ou meno.
: Ah?
: E 8 ano, eu só brincava com ela, assim, de olhá, né, pra num, num...
: De cuidá?
: Cuidá pra num perigá.
: Hum.
: E daí a gente foi crescendo, depoi minha mão morreu, né?
: Tá.
: Aí fiquei com a minha irmã e meu pai, mais quando eu fiquei, foi, passei, saí da minha irmã, fui morá no meu pai, mai meu pai arrastava pelo serviço de roça, né, e trabalhando, e aí nunca nóis teve infância de muita brincadeira, sabe?
: Tá!
: Dia de semana a gente já tinha casa pra cuidá, lavá roupa, passeá nada.
: Hum.
: Então eu não... Era sofrido! Muito sofrido!
: Ah, ia, ia na casa dela ali assim, o pai dela era muito ruim.
: Era? Puxava muito o serviço?
: Não! Batia torto e direito, sem mais, sem menos, erguia as criançada no coro.
: Hum.
: Então... Agora esse, vantagem, eu tive em casa, eu, do meu pai nunca apanhei, apanhei da mãe, não sei o que que eu fiz de errado!
: Ainda ela era...
: Uma chinelada básica?
: Era gente boa. Que, chinelo? Aquela vara de marmelo, cê não sabe o que é vara de marmelo!