- Ah Rosalva!
Aí trazia.
: Hum.
: Isso a muié reclamava, Chegava uma hora desse assim, agora de pouco, ali pra umas 10 hora...
: [Risos].
: E começava a xingá, e brava e brava e brava.
: Brava, brava, vivia brava! [Risadas].
: O que qui tá...
: É que a gente tem que comê ovo todo dia [Risos].
: - O que qui tá acontecendo, Rosalva?
: [Risadas].
: - Lazarento do Seu... que tô com fome, óio dentro da marmita, aquele zóião lá drento lá.
: [Risos].
: Ham.
: Aí falava pra ela:
- Não presta não, se fosse feijão e arroiz só tava bão. Porque no serviço não pode comê muito, senão é ruim pra trabaiá. Se fosse arroiz e feijão só tava bão, mais que isso, inda cê vai dizendo que o ovo é muito gostoso.
- É nada, comê tudo dia essa merda.
Bravo.
Aí ele falava assim:
- Se fô, se fô pra vivê, né Hosana, um dia ele falô, se fô pra vivê nessa vida uma cascavél pica a gente e mata, é melhor.
Uma cobra picá ela. Aí eu falei:
- Não presta [...].
Falo, mai num...
: [Risadas].
: [Risos].
: Aí, ah, terminou, acabou o serviço lá, saiu de lá, foi limpá um mato alí atrai aqui assim, não é que uma cobra lá tacô a boca no carcanhá dela memo e.
: É, diz que foi carpi, né? Ela foi carpi.
: Era roçano que tava no meio do mato.
: Será que era?
: Aí foi o marido, esperto que é também foi pro, pro, acho que aquele tempo era só em Bragança, mais que não tinha hospital em Nazaré.