: Aqui onde eu moro aqui assim, eles tinha só um filho, era meninada, né? Tinha acho que umas seis menina e ele, e ele era, tinha mais um mais morreu, o rapaizinho morreu. E ele era o xodó, porque ele era o hominho que tinha na casa, não fazia nada.
: Ishi.
: Preguiçoso que dava gosto.
: [Risos]. É só que o pai tinha comércio, né?
: O pai dele tinha um armazém, e ele, quando queria, tomava conta do armazém pro pai, mai quando queria também, o pai véinho trabaiava, sempre trabaió no armazém aqui. Aí vai, faleceu os pai, a mãe, aí veio as irmandade e, cada um qué tirá o seu, né?
: Hum.
: Aí. [Risadas]. E ele foi vendendo lá também, vendeu um pedaço aqui, outro ali, foi vendendo, vendendo. Casô, arrumô muié, casô também, meio véião já tava, casô também. Muié também era ruim, não sei, sabia por que que era ruim, mai era muito brava, né? Aí sempre maldizia muito com a vida. Aí cabô, oía o armazém dele tava bunito, surtido, cabô rapidinho. Aí foi trabaiá por dia pra turma.
: Hum. Nossa!
: E vinha gente no, na venda dele, os fazendeiro lá, ficava parando lá vinha, ela vinha, xingava, né, as pessoa, né.
: Ah é?
: Atrope...
: Ele ficava nervoso também.
: Tropelava os fregueis do...
: Nossa!
: É.
: Nossa, que brava!
: - Não, pode ir embora, já é hora de durmí.
Falava assim.
: É! [Gargalhadas].
: [Risos]. Ela falava assim?
: Falava! [Risadas].
: Aí, i nóis como era pingaiaga, nóis gostava de zuá, dái zuava, né? Daí nóis ficava mais, daí ela ficava braba, mai ficava brava!
: [Risos]. É, nossa!
: Que brava!
: É! Aí depois na hora de embora.
: Aí cabô tudo, vendeu tudo!