: Nossa...
: Era a represa, ela falava que era enchente. Ê...meu Deus do céu, que tempinho.
: Nossa, dureza né? E o senhor falou do cavalinho que o seu pai feiz pro senhor, que madeira que era?
: Era pinho. Esses pinheiro daqui mesmo, esse pino que tem aqui, que também tem em lavoura, que a turma fala pinheirinho, aquilo lá é pinus eliote que chama, que tem umas folhinhas pequeninhas. Pinus eliote que é feito caixão de defunto. O dia em que a Cordeirópolis [...], aquele tempo há 30 ano atrai, tinha 350 urna aqui em São Paulo, a prefeitura precisava [...]. 350 por dia ele fazia. E essa Cordeirópolis ela tem não sei onde que é, parece que é em Vinhedo a fazenda dela, é tudo esses pinheirinho. Corta uma veiz só não brota não, então ele têm que ir refazendo as muda...tira um faiz outro. Dobra o morro a fazenda deles. Fábrica de caixão, o único que serve é essa madeira. Pinus eliot.
: E o carrinho, quando vocêis construíam o carrinho de mão, qual madeira que vocês gostavam de pegá pra trabalhá que era mais...
: Aqui era sempre canela e peroba.
: Canela e peroba?
: É, que era tábua boa, tábua firme, pra fazê os carrinho. Canela e peroba eles procurava. Serrava e fazia as roda, fazia os carrinho.
: E fazia utensílio doméstico, assim é...cesto, colheres...
: Ah sim, esses eram tudo de taquara do sul. Meu pai fazia o cesto aí, tenho um balaio que foi feito ta aí ainda. Balaio véio, eu vô mostra pra vocêis, balaio véio foi meu pai que feiz, a minha mãe também fazia.
: Sua mãe fazia também?
: É. E minha mãe quase morreu com o cesto sabe por quê? Que o taquara do sul, dá um taquarão desse tamanho assim e os vão comprido, então eles procuravam os vão certo pra fazer o, porque com curto não dá pra fazê. E minha mãe foi cortá o taquara do sul, e deu uma ramagem de cipó em cima e ele torceu, feiz assim, assim, assim e minha mãe chegou viu os vão comprido, pegou deu uma foice em cima e ela foi assim aquele pam! Passou assim do queixo da minha mãe [risos]. Deixa eu mostrá o balaio pro cê. Ó esse aqui chama-se balaio, não é cesto não.
