: Conhecia. E as matas lá conheço até hoje.
: E as nascentes, as águas assim?
: Ah...tinha nascente.
: Tinha bastante?
: Bastante. Tinha e tem [risos]. Tem no meio da mata, tem até cachoeira na mata. Tem cada cachoeira ali que é uma beleza.
: Sério?
: Na beira da estrada. Perto do pé do aeroclube, tô falando da beira da estrada tá lá a cachoeira. E mais pra baixo ainda, pra lá não tem como entrá, lá conhecer lá, tem mais grandona. Cachoeirona.
: E o senhor viva pra lá assim. Desde pequeno.
: Andava...lá é uma água que é boa, gostosa...fresquinha...
: Naquele tempo tinha liberdade. A gente podia onde a gente quisesse no meio da mata. Hoje não. Hoje tem limite, passou toda a divisa, tem portão. Chegou na divisa tem que voltá pra trais, não pode passá mais.
: Mais por que? Que não podia passá?
: É porque é a divisa. Hoje não pode passá né. Cada um tem a sua terra né?
: Da propriedade, e que aí é a propriedade particular. E antes mesmo sendo não tinha esse problema?
: Não tinha, podia ser a propriedade do outro podia entrá. Era liberado pra entrá mais hoje não.
: E aí cêis iam entrava pra nadá? Gostava?
: Eu não conheço lá, nunca fui. Ele que conhece mais.
: Tomava banho de cachoeira no meio do mato. Era bom. Dá uma saúde.
: E a dona Dita andava no Moinho na mata?
: Não eu não gostava de andá na mata não. Já tinha medo.
: [risos]
: Tinha medo de encontrá onça?
: Não, medo de bicho né? De cobra, dessa aí que eu tinha medo. Eu não andava muito no mato não.
: Os meninos que andavam então? Desbravavam.
: Moleque é que gostava de entrá na mata.
: E o senhor ia com amigos, primos, primaiada...
: É tinha os primo que nóis chamava pra ir lá no mato.
: É, aqui na casa de vocêis, você falou que cultiva tem uma horta né, que vocês cultivam algumas coisas.
: É cultiva umas horta, uns plantio, pouco mais, plantio de mandioca. Planta um pouquinho só pra...