: E aí no seu quintal, na sua casa, a senhora tem as suas ervas....tem os seus hortinhas....
: Tem, os remédios eu tenho ainda. Agora se Deus quis é, eu quero vê se, de agora em diante é que vai sê bom pra gente plantá as coisas né? Que daí agora tá chovendo, quando chega nesse tempo em diante já melhora, que a planta gosta da água que ocê põe. Esse aqui pesado ela num gosta né? Porque....judia da plantinha pequena.
[...]
: Dona Inês, e na sua casa assim, qual é o lugar especial pra senhora? Que a senhora mais gosta? Na sua casa?
: Ah, aqui na casa? Eu gosto de tudo, mais eu gosto mais de andá por fora. Eu gosto de ficá andando, por fora[...].
: A senhora gosta de cuidá do rancho, das hortas, da sua criação...
: Eu gosto de ficá andando assim, vê as planta...
: Ah dona Inês, suas histórias são muito boas viu? A gente gosta muito de ouvir.
: Gosto muito de plantar flor, agora chovendo capaiz que eu planto um pouco ali na garagem.
: Couve?
: Não, flor.
: Ah flor. Qual flor a senhora gosta?
: É tudo quanto é flor eu gosto de plantá, que agora foi arrumado a garagem, daí o homem que limpou pra mim formou um pau assim, agora vô plantá umas flor.
: E agora daqui pra frente é a expectativa da festa?
: É, agora é só expectativa da festa.
: legal, ah e se tudo correr bem a gente vai tá aqui.
: Ah a gente vem sim, cedo.
: Pode vir.
: Bem cedo pra ficá a festa inteira aqui.
: Se ocê vir antes das nove, cê como que é a Folia de Reis é tão bonito. Eles vem, vem uma van com vinte e dois, às vezes vinte e cinco. Aí ele para lá na escolinha, aí já vem chamá eu, aí eu pego a bandeira, eles trocam a farda. Onde é de vivo ele vem tudo com farda vermelho, agora se fô de morto, que nóis fomo outra vez, eu num sabia, cê avisá que é tudo de azul. Mai não preto, azul de outra cor. Aí eles vêm tudo de vermelho, os palhaço, tudo ali, aí vem vindo tudo, aí a gente vem por lá, e a turma queimando rojão, e eles batendo a caixa, tocando viola...sanfona...é lindo cê viu?[...].