: E a senhora, das árvores assim que tem... qual a senhora acha mais bonita? Pode ser de fruto ou que dá flor assim...
: Ah mais pra mim acho que tudo né?
: É? Mais não tem uma que quando floresce assim, a senhora...
: Pitanga é bonita... Jabuticaba...né? Eu adoro jabuticaba, nossa que fruta bonita né?
: E a senhora gosta de pegar a fruta no pezinho....
: É...onde tinha na casa da minha mãe, aí nossa, ponhava a escada pra apanhá porque ele gruda no pau assim né? Mai aqui não tem mais né?
: E lá quando era no tempo da sua mãe, quando vocês eram pequenos, subiam na árvore?
: Subia. Caía, apanhava de...a mãe surrava porque subia um atrais do outro pra catá a fruta mais grande, aí aquele escapava, caía, apanhava ainda, tomava umas varada pras perna... [risos].
: E cêis brincavam muito assim no meio do mato? Debaixo das árvores?
: Debaixo das árvores nóis brincava, mai num tinha muito tempo, porque a gente de antigamente nossa...trabaiava, fazia serviço, num...ninguém ficava né? Chegava tarde do serviço, trabaiava na roça, cada um tinha o seu serviço: cê vai tratá das galinha, cê vai penteá os pintinho, cê vai fazê tar coisa, ali tinha que saí. Se num fosse já...
: E no meio do caminho do trabalho assim, num tinha umas brincadeiras entre os irmãos?
: Não num brincava, porque já tinha hora marcada pra chegá né?
: Era tudo certinho né?
: Tudo certinho. Nossa criançada eu vira de hoje como tá né? Antigamente passasse que nem ocêis que tão sentado, pra passá assim: - ô dá licença d’eu passá. Chegasse e ponhasse uma comida pra aquele pessoa que nem tá vocês, se a criançada viesse ponhá, comê junto já falava... Hoje em dia é bonito comê junto né? Aí falava, naquela hora num falava nada, quando saía a criançada apanhava porque...
: Então num podia comê junto, a criança comia separado.
: Não. Tinha que ter respeito com aquele hóspede que chegava. Eles falava hóspede né?
: Então não podia ficá junto ali...
: É porque sabe que criançada pra comendo, esparramando né? Então...
: Fazê bagunça...