: Deve ser... era a mais usada né?
: Parei com gado essa semana....Ó os remédio, ainda tem as coisa...[...]. Os novos também não tem corage...a gente também não faz questão de preservá nada também, vai usando, o que não presta joga fora, acabou, modo de dizê né? Essa mesinha é da época da minha cunhada. Ela foi embora deixou, ficou abandonado no tempo [...].
: E quem que fez essa mesinha?
: Ah não lembro...se era o marido dela...Esse aí é bem antigo, de madeira antiga mesmo. O caboclo que fez é bem caprichoso.
(...)
: Então qual é a história desse pilão?
: Ah esse pilão nóis brigava tanto com minhas irmã pra cavocá. Porque eu não socá arroz, café, tudo aí sabe? Então nóis num queria socá. A mãe: - soca senão eu meto a vara. Era assim. Esse pilão nossa, é antigo, é de cerne né?
: Esse é o feito de jacarandá.
: Jacarandá.
: Esse é o jacarandá.
: Devia ter limpado ela, guardado ela.
: Então eu tô, tô criando...é que, eu num tenho [soca o pilão].
: O ano que faiz que tem esse pilão.
: Eu quero passa a serra aqui, tirá ela pra deixar...
: Ernesto? Quantos anos tem esse aí?
: Só que nóis casemo tem quarenta e....
: Quarenta e um. Que nóis casemo.
: E o miolo que de tanto socá as coisas ele afundô. Ele não é assim, ele é mais ou menos assim.
: Era aqui ó.
: Agora a gente tem que fazê um tufo de madeira. Acertá lá fazê um tufo, colocá, e daí dá uma ajeitada no miolinho.
: Mostrá lá a mão de pilão pra mostrá como nóis soca. Pega lá, tem ali o negócio de socá sabe?
: A mão de pilão (risos). Essa aqui ó. Só que este aqui não tá nem preparado [...]
: Esse é de jacarandá também a mão de pilão?
: Esse é feito de Guatambu.
: Isso aí dura bastante...porque tem que ser forte pra aguentá a fazê a...cavocá. Tem que socá.
: Geralmente quando era bastante coisa, era duas pessoa. Um pra lá e outro pra cá assim.