: Vamo vê?
: Vamo vê lá Ernesto.
: Eu posso tirá foto?
: Pode.
: Pode.
[saindo para ver as madeiras]
: Ninguém pensava no futuro né? Ninguém guarda nada né?
: É né?
: Tem muita coisa do tempo de coisa qué vê?
: Quero.
[...]
: A porta seria isso aqui. Esse aqui eu preguei pra tapá um buraco pra fechar bezerrinho. Esse aqui já é da madeira, talvez, não tô bem lembrando se é da canela ou não. Esse aqui é canela.
: É canela?
: É.
: E como o senhor sabe que é canela?
: Por causa dá...que parece que é uma madeira podre mais não é.
: E a mesinha fez o que que foi?
: A mesinha ali....é bem antiguinha também, mas não é daquele tempo não.
[...] Esse aqui é um pedaço de janela. Deve ser canela também, mas não lembro. Que é o mais procurado. Essa porta aqui é um das porta da casa. [...] Ó o tamanho das tábua, isso aqui é feito na mão, não é nada de maquinário... [...]. Esse aqui é um dos eucalipto tratado, eucalipto cheiroso. Esse vira um cerne, uma madeira, é mourão esse aí, trouxe pra por aqui e não pus nada. É uma madeira trabaiada... Olha esse pedaço aqui é daquele tempo, é de uma folha de porta, isso aqui eu nem sei o que é, se é canela ou não. [...] É um gomo, um gomo que a gente fala né? Que ela vem encaixada aqui, fazia o forro dela da casa, não é de porta é de forro. Só que a turma usava pra porta, mais isso aí é, que tem um encaixezinho pra encaixá a outra parte. Esse ainda era antigo. Hoje não existe mais nada, nada. [...] Aqui era tudo chiqueiro de porco aqui, fui proibido de criá porco aqui, daí eu virei aqui, a mulher cria pintinho...
: Esse aqui o senhor acha que é canela né?
: Acho que é.