: Aí ajudava um pouco mais, né? Mais é, vivia de pranta memo, de milho, feijão, mandioca, tudo, e vivia assim, né.
: Tá. E o carvão ele, primeiro veio a lavoura, era a lavoura, depois que veio o carvão?
: Não, não, o carvão primeiro. Derruba a mata, faiz o carvão, limpa, limpa fazê, prantá o milho, que daí tá descansada a terra. Aí tá descansada a terra, aquela terrinha preta ali né, já prantava feijão.
: Hum.
: Saía bunito!
: É?
: I nem adubo precisava.
: Olha só.
: É, nóis num gastava com adubo por causa que prantava no mato, assim, tirado, assim.
: Tá.
: Aí dava pra prantá umas treis, quatro veiz, bem, dava bem. Feijão dava.
: E as mulheres faziam, voceis mulheres faziam o mesmo serviço que os homens ou tinha diferença?
: Mesma coisa, mesma coisa.
: É?
: É.
: A mesma coisa.
: Mesma coisa. Carpia, arrancá feijão, carpi feijão, milho, quebrá milho, tudo.
: Tudo?
: Que ele fazia, fosse fazê uma cerca eu ia ajudá o irmão.
: Olha.
: É.
: E na sua família dividia o trabalho de mulheres e homens ou trabalhava tudo junto também?
: Ah, as muié em casa, nos começo ia trabaiá, os mais véio, né?
: Hum.
: Mais depois só os home.
: Hum.
: As menina ficava na casa.. As menina casava muito cedo, 16 ano.
: Hum, tá.
: Agora, as minhas irmandade casô tudo com 16 ano, mai tinha mais gente que a mãe falava que casava com 13 ano.