: Tudo pertinho, tudo no Moinho mesmo, né?
: Tudo no Moinho aqui intão, no pedaço aqui.
: Legal. E a senhora dona Hosana? A senhora é de onde, nasceu onde?
: Nasci aqui memo, não aqui, mai no bairro da Pedra Branca.
: Em Nazaré mesmo?
: É, Nazaré Paulista.
: E os seus pais são de onde?
: É daí também.
: De lá da Pedra Branca?
: Nazaré. É, Pedra Branca e Nazaré Paulista né.
: E você lembra quem, você sabe quem que foram os primeros que chegaram lá em Pedra Branca, se foi seus avós, bisavós?
: Foi os meus avô. Os meus bisavó, e diz que ele era da raça de turco.
: Turco?
: É.
: Olha, interessante!
: Aí, e do lado da minha mãe é da África e feiz uma mistura, sabe?
: Ah, que legal! E eles vieram, você sabe por que que eles vieram pra cá? Se foi a trabalho?
: Eu acho que sim.
: Foi pra trabalhá?
: Foi a trabalho, veio vino, veio vino e ele veio pará ali.
: Ai, que interessante!
: É. [Risos]. É.
: E do seu avô chileno, eles contam por que, o motivo, será que ele veio pará, será que era a trabalho também? Sua mãe não...
: Eu não sei, porque a minha mãe falava que o bisavô, não sei se era dela ou era meu, que era, veio do Chile, agora não sei, acho que com certeza veio a trabaio também, né? Cê sai, a turma sai de longe as veiz, e vem, não do Chile hoje, vem muito em São Paulo, né? Mai aquele tempo não sei como que ele vinha, se era por mar...
: Ah!
: Intão, se for verdade, né, também não sei, né? Quase não sei também. Mais a minha mãe falava, né? As veiz, chegô aí e ficô, se fô do jeito que a mãe fala é assim, né? Aí vai misturano a raça.
: É!
: Falava, né, porque hoje ela não vive mai, né?