: É porque era assim, quem trabaiava de meia, limpava o mato, tirava o carvão, era de meia, num era bão pra ele, mai também num era ruim.
: De treis um, né, as veiz era de treis um, né, Antenor?
: É, escuta um pouco. Aí era miózinho um pouco pra ele. Mais eu trabaiá, vamo supô, pro cê, que se fosse hoje era uns 5 real, isso num dava nada, porque isso daí, se trabaiá pra ganhá uns 5 real, o que qui dá meu Deus?
: É.
: Hoje pode sê qui seja mais um poquinho de 5 real, mais hoje a pessoa se ganhá 15 real por dia tá lascado. E com certeza era menos de 15 se fosse hoje. Que eu to pagando livre vô pagá pro cê 10 conto, tá bom?
E tava pricisano, ia.
: Hum.
: Ou 7 conto, não sei. Uma outra pessoa memo Nenê Pinheiro memo, tava, tava ruim de serviço, saí, fui até em Atibaia parece, tinha uma firma lá, eu falei, vô pegá um serviço aí na firma. Peguei fui, aí não deu certo lá, aí eu vortei, passei na, na, no engenho dele, ele tava lá. Aí eu falei, eu vô chegá e conversá quem sabe trabalho com ele aqui. Aí eu fui, eu precisava porque eu tava, eu era casado, bem novo, né? Aí cheguei lá:
- Já armoçô?
[Ele] Veio de lá.
- Não já, já armocei.
Falei assim. Aí ele:
- E, pará de enganá os outro, pode comê, vem comê.
Aí tá bom, armoçaram lá. De veiz enquando eles fazia umas comida diferente lá.
: Hum?
: Aí eu falei:
- Você num precisa de empregado aqui memo?
- Precisá nóis precisa.
Aí eu falei:
- Quanto que tá pagando a diária?
Ele falô pra mim né, 7 conto, né?
- Tô pagando 7 conto.
Na época não sei, quanto que valia esse, 7 conto.
: Uhum.
: Aí eu falei: