: Serraia né? A única erva que dava no meio do mato...
: A fruta que tem é aquela romã, tem um pé aqui, que até os passarinhos come né? O jacu vem comê assim de tardinha ele vem né?
: Agora de verdura que dá no mato só serraia mesmo.
: E a turma comia?
: Comia.
: Tinha um...como é que é? Cururu, também comiam né?
: Cururu?
: Cururu mesmo eles chamavam, chamava cururu mesmo.
: Que dava no mato? E aí chegava lá no mato, colhia?
: Colhia. Daí tinha mostarda, que esse aí também sempre no mato, dá muito. A verdura era esse, daí fora a couve do quintal né? Alface, repolho, que plantava era esse.
: E essa que era retirada no meio do mato assim era...como que preparava?
: Fazia...refogava, fazia uma salada, cortava fininho, fazia uma salada também...
: Comia tanto cru e cozido também?
: É, comia cru e cozido.
: Legal...
: Era saborosa...E até hoje.
: E hoje tem ainda?
: Tem, só que hoje é muito pouco porque antigamente a gente colhia mais, aonde plantava milho né, feijão, naquela tigueras que só ficava né, dava muita aquela. Agora é difícil quase ninguém planta mais, só o do quintal é muito pouco.
: E no quintal aqui de vocês tem o quê?
: No meu quintal só tem alface, couve e cebolinha [risos].
: Mais ainda tem né alguma coisinha...
: Ainda tem.
[...]
: O senhor falou que conhece bem a mata né? Que o senhor sempre andava lá. E como que o senhor foi conhecendo assim?
: Ah eu andava no mato, naquele tempo tinha liberdade, até de caçá né? Porque hoje... [risos] caçá vai preso [risos]. [...] Então naquele tempo o divertimento era... pescava, caçava, era só, num tinha mais, naquele tempo tinha liberdade podia ir embora pra Atibaia...
: Tinha Nazaré dia de caça...
: Podia embora, até Bragança [Paulista]...
: E caçava o quê?