: Era o, mais gostoso?
: É, porque não tinha energia, né, intão, ia na escuridão, intão era, era gostoso. Só o clarão da lua, essas coisa. Era gostoso demais!
: [Risadas]. Legal!
: Legal!
: E vo... Hoje num deve contá tanto, mais assim, antes tinha muita história, que os adultos contavam, pra fazê medo, nas crianças?
: Ah, tinha, tinha.
: Qual que, história que cê lembra mais assim?
: Ah, de assombração... É, lobisomem, tinha bastante. E quando era mais piqueno, era, tinha aquele que levava criança pra longe, o currupira.
: Ah, é?
: É.
: E como que a turma contava dele?
: Ah, o currupira, diz que ele, eu não sei, que ele chegava pra criança e oferecia um brinquedo, aí a criancinha pegava e afastava mais um pouquinho, aí a criança ia, afastava mais um pouquinho, até que ele te retirava pra longe.
: Hum.
: E isso acontecia, as criança fugia da casa.
: Hum.
: Bem longe, eu mesmo diz que fui longe da casa.
: Sério?
: É, quando tinha, acho que uns dois o treis ano, parecia, a mãe falou.
: Nossa, e acharam ocê onde?
: Lá onde, quer dizer, longe pra mim, que era criança, mais...
: Que era pequeno.
: Não é longe, lá na venda, eu tava lá.
: Saiu, né, da casa...
: Saí, intão, estranho, né? Mais daí o pessoal falava:
- O currupira, que levô.
: Olha só!
: É! [Risos].
: [Risadas]. E tinha outros casos, assim, que acontecia muito, que a turma contava?
: Ah, o pessoar encontrava muito com o lobisomem, isso encontrava direto.
: Lobisomem?