O catiguá é uma árvore de grande importância ecológica, uma vez que seus frutos são avidamente consumidos por várias espécies de aves. Apresenta baixo porte (3 a 6 metros), inflorescências axilares com pequenas flores amarelas e copa ornamental (alongada e densa). Por isso, é indicada para paisagismo e arborização urbana sob redes elétricas. Sua madeira é flexível, de textura fina, macia ao corte e muito resistente ao ataque de organismos xilófagos.
produtos madeireiros (artefatos), produtos não madeireiros (ecológico, recurso para fauna, ornamental, produto bioquímico) 2,1
Principalmente aves. Segundo Gondim (2001), foram estudadas 15 espécies de pássaros dispersores da Trichilia catigua, dentre elas: Tityra cayana, Chiroxiphia caudata, Manacus manacus, Elaenia sp., entre outras. 2
De maneira geral, os frutos amadurecem de julho a dezembro (PASTORI, 2003), mais precisamente de maio a novembro em São Paulo (LORENZI, 2009). Porém, segundo Gondim (2001), os indivíduos de T. catigua estudados no município de Rio Claro - SP floresceram nas épocas de janeiro a julho.
Para a obtenção de sementes, os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore quando iniciarem a abertura espontânea, cortando-se os ramos frutíferos e deixando os frutos secarem à sombra para completar a abertura e liberação das sementes; não há necessidade de retirar o arilo envolvente, é preciso apenas secá-lo um pouco (LORENZI, 2009).
A espécie não apresenta dormência (GONDIM, 2001) e não há necessidade de remover o arilo envolvente da semente, apenas secá-lo um pouco (LORENZI, 2009). Porém, o tempo médio de germinação das sementes sem arilo e sob luz constante foi rápido e a taxa de germinação, maior.
As sementes devem ser postas para germinação logo que colhidas, em canteiros a meia sombra, contendo substrato organo-argiloso, cobrindo-as com uma fina camada do substrato peneirado e irrigando-as duas vezes ao dia (LORENZI, 2009).
1 LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 3 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2009. v. 2.
2 GONDIM, M. J. da C. Dispersão de sementes de Trichilia spp. (Meliaceae) por aves em um fragmento de mata mesófila semidecídua, Rio Claro, SP, Brasil. Ararajuba, Londrina, v. 9, n. 2, p. 101-112, dez. 2001.
3 STEFANO, M. V.; CALAZANS, L. S. B.; SAKURAGUI, C. M. Meliaceae. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB10001>. Acesso em: 13 jul. 2013.
4 PASTORE, J. A. Meliaceae. In: WANDERLEY, M. das G. L.; SHEPHERD, G. J.; GIULIETTI, A. M.; MELHEM, T. S. (Ed.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP: RiMa, 2003. v. 3, p. 225-240.
5 RIO GRANDE ENERGIA - RGE. Manual de arborização e poda. Rio Grande do Sul: Gráfica Editora Pallotti, 2000. 40 p.
6 YAMAMOTO, L. F.; KINOSHITA, L. S.; MARTINS, F. R. Síndromes de polinização e de dispersão em fragmentos da floresta estacional semidecídua montana, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica, Feira de Santana, v. 21, n. 3, p. 553-573, 2007.
7 PIVETTA, K. F. L.; SILVA FILHO, D. F. da. Arborização urbana. Jaboticabal: UNESP/FCAV/FUNEP, 2002. 69 p. (Boletim Acadêmico, Série Arborização Urbana). Disponível em: <www.uesb.br/flower/alunos/pdfs/arborizacao_urbana%20Khatia.pdf>. Acesso em: 2 fev. 2013.
8 KINOSHITA, L. S.; TORRES, R. B.; FORNI-MARTINS, E. R.; SPINELLI, T.; AHN, Y. J.; CONSTÂNCIO, S. S. Composição florística e síndromes de polinização e de dispersão da mata do Sítio São Francisco, Campinas, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica, Feira de Santana, v. 20, n. 2, p. 313-327, 2006.
9 MORELLATO, L. P. C.; RODRIGUES, R. R.; LEITÃO FILHO, H. F.; JOLY, C. A. Estudo fenológico comparativo de espécies arbóreas de floresta de altitude e floresta mesófila semidecídua na Serra do Japi. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 12, n.1/2, p. 85-98, 1989.
10 SARAVY, F. P.; FREITAS, P. J. de; LAGE, M. A.; LEITE, S. J.; BRAGA, L. F.; SOUSA, M. P. Síndrome de dispersão em estratos arbóreos em um fragmento de floresta ombrófila aberta e densa em Alta Floresta - MT. Revista do Programa de Ciências Agro-Ambientais, Alta Floresta, v. 2, n. 1, p. 1-12, 2003.
11 LEITE, E. C; RODRIGUES, R. R. Fitossociologia e caracterização sucessional de um fragmento de floresta estacional do sudeste do Brasil. Revista Árvore, Viçosa, v. 32, n. 3, p. 583-595, 2008.