Cerrado (Floresta Ciliar), Mata Atlântica (Floresta Ciliar) 4
VU - Vulnerável (Resolução SMA-48 (São Paulo))VU - Vulnerável (Livro Vermelho de SP)Ameaçada de extinção (Instrução Normativa nº6 (MMA))
Restauração, Silvicultura
A espécie mais conhecida e apreciada dos palmito comestíveis é a Euterpe edulis Mart., comumente chamada de palmiteiro juçara ou jiçara, produtora do palmito branco. Atualmente a espécie Euterpe edulis é um dos produtos mais explorados na Floresta Atlântica, como tem alto valor econômico como alimento, sofre, em virtude disto, intenso extrativismo. Essa exploração contribui para a degradação do meio ambiente e tornou-se um fator de preocupação para a preservação da espécie, uma vez que não há rebrota após o corte para a extração do palmito. Para que o palmito continue a existir e seja fonte renovável de riqueza, deve-se conhecer as orientações legais voltadas à preservação, extração e industrialização do produto. Ao lado disso, torna-se necessário intensificar a preocupação com a reposição da espécie por meio do replantio. O processo mais adequado para a exploração do palmiteiro é o manejo sustentado, tornando-se uma nova fonte de renda das áreas florestadas e desempenhando um papel ecológico fundamental no ecossistema. Dessa forma, além de evitar-se o risco de extinção da espécie, em seu estado natural, protege-se a fonte de renda de famílias inteiras que se dedicam a extração de produtos da floresta.
O palmiteiro demora de oito a doze anos para alcançar o tamanho comercial no Brasil. Posteriormente, o palmital permite cortes de três ou quatro anos, para possibilitar a regeneração natural da espécie.
produtos não madeireiros (alimentação humana, fibras, recurso para fauna, ornamental) 6,5
Os poucos dados disponíveis sobre o crescimento do palmiteiro indicam um incremento anual máximo em altura de até 0,75 m e médio de 0,45 m. Demora aproximadamente 10 anos para alcançar tamanho comercial no Brasil. A produtividade dos palmitais nativos é variável, estando relacionada ao tipo de estádio da floresta.
Pragas: o inseto mais importante é o coleóptero Rhyncochorus sp. O adulto deposita os ovos na base da folha mais nova do palmiteiro e a larva desenvolve-se alimentando-se das folhas internas, até chegar ao meristema apical, matando a planta. O palmiteiro também pode ser infestado por besouro da família Scolytidae, com danos leves. Doenças: as doenças podem ser causadas por 2 fungos que são facilmente controlados com fungicidas: Diplodia sp. e Triclariopsis paradoxa (queima preta). 5
A espécie floresce a partir do sexto ano de idade. A época de floração depende do clima onde a planta se encontra. De maneira geral o pico de floração ocorre no mês de novembro.
A colheita da semente deve ser feita diretamente dos cachos quando os frutos estiverem maduros, com uma coloração preta brilhante. Certifica-se que os frutos estão maduros, introduzindo algum objeto pontiagudo na polpa, se este ficar manchado da cor vinho, então os frutos estão no momento para serem coletados (AGUIAR et. al., 2002). Não coletar de uma planta isolada. A extração da semente dá-se por lavagem e maceração do fruto para retirar a polpa que envolve as sementes. Após, as sementes devem ser colocadas em peneiras e secas em ambiente ventilado. São recalcitrantes, o que dificulta a sua conservação a longo prazo. Se mantêm por 11 meses em câmara fria (T=7C) e UR= alta), em saco plástico bem fechado (MARTO, 2007).
Tratamentos pré-germinativos: a) imersão em água fria por 48h; b) estratificação em areia úmida por 30 dias ou c) escarificação mecânica (MARTO, 2007). Despolpar os frutos após deixá-los imersos em água durante 24 horas ou escarificação mecânica (MORI et al., 2012).
Recomenda-se semear duas a três sementes do palmiteiro em recipiente ou a semeadura direta no campo, utilizando-se três sementes ou mais, previamente despolpadas, semeadas em covas de 5 cm de profundidade. Em sementeira, deve-se utilizar areia de rio como substrato e mantê-la sempre úmida.
O plantio a pleno sol do palmiteiro não é viável. A espécie é adequada para plantio de enriquecimento em vegetação secundária, podendo o sombreamento ser definitivo ou temporário. Mudas com até 3 anos não suportam sombreamento excessivo nem sol direto.
Dados madeireiros
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Bibliografia
1 CARVALHO, P. E. R. Espécies arbóreas brasileiras. 1. ed. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2003. v. 1, 1039 p.
2 HOELTGEBAUM, M. P.; QUEIRÓZ, M. H.; REIS, M. S. Relação entre bromélias epifíticas e forófitos em diferentes estádios sucessionais. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 64, p. 337-347, jun. 2013.
3 PONTES, A. N. L.; CARNEIRO, D. S.; OLIVEIRA JUNIOR, N. B.; SILVA, P. M.; AGUIAR, V. R. Revisão bibliográfica sobre palmito juçara (Euterpe edulis). Revista Eletrônica da UNISEPE Gestão em Foco, 2012. Disponível em: <unifia.edu.br/revista_eletronica/revistas/gestao_foco/artigos/ano2012/palmito_jucara.pdf>. Acesso em: 07 set. 2013.
4 LEITMAN, P.; HENDERSON, A.; NOBLICK, L.; MARTINS, R. C. Arecaceae. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB15712>. Acesso em: 19 ago. 2013.
5 MARTO, G. B. T. Identificação de espécies florestais: Euterpe edulis (palmito-juçara). Piracicaba: IPEF, 2007. Disponível em: <http://www.ipef.br/identificacao/euterpe.edulis.asp>. Acesso em: 29 jun. 2013.
6 AGUIAR, F. F. A.; SCHAEFER, S. M.; LOPES, E. A.; TOLEDO, C. B. Produção de palmito- juçara Euterpe Edulis Mart. São Paulo: Instituto de Botânica, 2002. 16 p. (Folheto 26)
7 LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. 4 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002. v.1, 368 p.
8 MORI, E. S.; PIÑA-RODRIGUES, F. C. M.; FREITAS, N. P.; MARTINS, R. B. Sementes florestais: guia para germinação de 100 espécies nativas. São Paulo: Instituto Refloresta, 2012. 159 p.
9 MORELLATO, L. P. C. Estudo da fenologia de árvores, arbustos e lianas de uma floresta semidecídua no sudeste do Brasil. 1991. 176 f. Tese (Doutorado em Biologia) - Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 1991.
10 SILVA JÚNIOR, W. M.; MARTINS, S. V.; SILVA, A. F.; MARCO JÚNIOR, P. Regeneração natural de espécies arbustivo-arbóreas em dois trechos de uma floresta estacional semidecidual, Viçosa, MG. Scientia Forestalis, Piracicaba, n. 66, p. 169-179, dez. 2004.