A paineira é uma árvore caducifólia, que pode atingir até 30 metros de altura. Possui um ampla distribuição, porém pouco abundante. Seu tronco é cilíndrico, reto, grosso, ás vezes um tanto barrigudo e em forma de garrafa, armados de fortes acúleos ao longo do tronco. As folhas são compostas, alternas, digitadas, com 4 a 7 folíolos. Suas flores são branca-arroxeada ou branca-avermelhada. vistosas e aveludadas. Seu fruto é grande, contendo em média 120 sementes.
produtos madeireiros (caixotaria, cochos, embalagens, gamelas, tamancos, celulose e papel, portões e portas, canoa, carvão, lenha, móveis), produtos não madeireiros (apícola, fibras, recurso para fauna, medicinal, ornamental, óleo) 1,4
Ethnobotany & History
A espécie também possui valor paisagístico. A madeira da paineira é pouco utilizada, possui uma lenha de inferior qualidade. Na região de Nazaré Paulista, a paina foi usada no passado para enchimento de colchões e travesseiros. Atualmente, para os moradores da região, ela possui importância estritamente ornamental.
No interior do fruto da paineira foram detectados insetos da espécie Lonchocarpus obliquus (Curculionidae), porém as sementes não foram danificadas (ZIDKO, 2002).
Há também relatos de ataques em paineiras, na arborização de ruas e avenidas de Brasília, pelas espécies: Atta sexdens rubropilosa (formiga-saúva); lagartas de Brassolis sophorae sophorae (borboleta) - destroem a folhagem da planta; larvas de Erinnis ello (borboleta) - altas infestações desfolham totalmente as plantas; e Phyllactina sp (oídio) (PIVETTA; SILVA FILHO, 2002). 10,11
Flores dezembro a maio (CARVALHO, 2003); de fevereiro a maio (DURIGAN et al., 1997); de fevereiro abril (MORELLATO, 1991); em fevereiro e março (SANTOS, 1998).
Frutos de junho a outubro (CARVALHO, 2003); de junho a setembro (MORELLATO, 1991); de julho a setembro (DURIGAN et al., 1997); em julho e agosto (SANTOS, 1998).
Verificou-se baixa a média incidência de micorriza arbuscular (MA) para esta espécie, em condições de casa de vegetação e muito baixa a baixa incidência de MA no campo (CARNEIRO et al., 1998; ZANGARO et al., 2002). A resposta à inoculação de MA também foi muito baixa (ZANGARO et al., 2002).
Os frutos deve ser colhidos quando iniciarem abertura espontânea, o que é facilmente observado pela presença de bolas de plumas brancas. Em seguida, levá-los ao sol para completarem a liberação das sementes envoltas pelas plumas (LORENZI, 2002).
A coleta deve ser realizada quando os frutos estiverem fechados, com coloração parda. Em seguida, colocá-los para secar em área limpa, até a sua abertura espontânea (CARVALHO, 2003).
A colheita dos frutos deve ser realizada quando maduros (verde-claros) antes de sua abertura natural, devendo ser secos ao sol para a liberação das sementes (DURIGAN et al., 1997).
No need for treatment, Thermal treatment, Immersion in water, Other 12,8,4
Recomenda-se a punção do tegumento como tratamento para a superação da dormência das sementes (FOWLER; MARTINS, 2001). Colocar as sementes para germinar sem nenhum tratamento (LORENZI, 2002). As sementes devem ser imersas em água fria, durante duas horas, antes da semeadura (DURIGAN et al., 1997). Imersão em água a temperatura ambiente por 24 a 48 horas (MORI et al., 2012).
As sementes podem germinar tanto em canteiros quanto em recipientes individuais (DURIGAN et al., 1997; LORENZI, 2002).
Recomenda-se semear em sementeiras para posterior repicagem em sacos de polietileno, com 20 cm de altura e 70 cm de diâmetro, ou em tubetes de polipropileno de tamanho médio. A repicagem deve ser realizada 2 a 3 semanas após a germinação (CARVALHO, 2003).
A paineira tolera sombreamento no estágio inicial de desenvolvimento.
Bibliography
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