O pau pólvora é uma árvore de pequeno porte, com até 20 m de altura, que cresce em áreas de vegetação secundária e também em ambientes urbanos. As folhas são simples, com a face superior áspera e a inferior coberta de pelos muito finos. As flores são melíferas e os frutos são bem pequenos, alaranjados quando maduros e apreciados por várias espécies de aves. É uma árvore de grande aproveitamento. Sua casca fornece fibras para cordas e tecidos, o tronco fornece resina e sua madeira é utilizada para tabuados em geral.
produtos madeireiros (celulose e papel, carvão, lenha, carpintaria e marcenaria), produtos não madeireiros (alimentação animal (forragem), apícola, fibras, recurso para fauna, medicinal, resina) 1,3,16,2
Ethnobotany & History
Na região de Nazaré Paulista a madeira era tradicionalmente usada para lenha e fabricação de carvão. Segundo relatos dos moradores as árvores de pau pólvora eram utilizadas para fabricação de pólvora, o que deu origem ao seu nome popular:“Diz que antigamente a turma fazia pólvora dessa madeira, ela é que nem pólvora para queimar” (depoimento de morador local).
Não se desenvolve bem em terrenos encharcados (DURIGAN et al., 1997). É recomendada para restauração de matas ciliares em locais sem inundação (CARVALHO, 2003).
Apresenta floração quase que contínua durante o ano, existindo variações entre indivíduos, floresce de agosto a fevereiro no Estado de São Paulo (CARVALHO, 2003). Segundo DURIGAN et al. (1997), a espécie floresce principalmente de setembro a janeiro.
Principalmente aves e também algumas espécies de peixes (BACKES; IRGANG, 2004), como por exemplo o abotoado ou barriga de folha (CARVALHO, 2003). 3,1,2
Ocorre em períodos variados e extensos, dependendo da época de floração. Os frutos amadurecem de janeiro a dezembro no Estado de São Paulo (CARVALHO, 2003). Janeiro a maio, segundo DURIGAN et al., (1997).
No campo e em casa de vegetação, a espécie apresenta de alta (60 – 79%) a muito alta (acima de 80%) colonização de micorrizas arbusculares, respectivamente.
Deve-se colher os frutos diretamente da árvore quando maduros, atingindo a coloração alaranjada (LORENZI, 1998). Após a coleta, os frutos devem ficar 2 dias em água, à temperatura ambiente, para facilitar a extração de sementes. O beneficiamento é feito através da maceração dos frutos em peneira, seguido de lavagem em água corrente, para despolpamento. Após esse processo, as sementes devem ser colocadas em peneiras e postas em ambiente ventilado, para a secagem (CARVALHO, 2003). No entanto, Lorenzi (1998), recomenda o plantio sem a necessidade de despolpamento, havendo esta necessidade apenas se o objetivo for armazenamento ou transporte das sementes.
Chemical treatment, Immersion in water, Combined treatments 9,6
Escarificação química em ácido sulfúrico, concentrado por 20 - 30 minutos seguido de lavagem em água corrente por 1 hora e imersão das sementes em água por 24 horas (DAVIDE et al., 2008). Imersão em água a temperatura a 50ºC por 5 minutos (MORI et al., 2012).
Recomenda-se a semeadura em canteiros. Deve-se realizar a repicagem para embalagens individuais com as plantas de 3 a 5 cm e o plantio definitivo deve ser realizado a partir de 4 meses. Reproduz-se também por estacas (BACKES e IRGAN, 2004).
1 BACKES, P.; IRGANG, B. Mata Atlântica: as árvores e a paisagem. Porto Alegre: Paisagem do Sul, 2004. 396p.
2 CARVALHO, P. E. R. Espécies arbóreas brasileiras. 1. ed. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2003. v. 1, 1039 p.
3 LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Editora Plantarum, 1998. v.1, 360 p.
4 ROMANIUC NETO, S.; TORRES, R. B.; SANTOS, A. dos. Cannabaceae. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB106894>. Acesso em: 12 mar. 2013.
5 DURIGAN, G.; FIGLIOLIA, M. B.; KAWABATA, M.; GARRIDO, M. A. de O.; BAITELLO, J. B. Sementes e mudas de árvores tropicais. São Paulo: Páginas & Letras Editora e Gráfica, 1997. 65 p.
6 MORI, E. S.; PIÑA-RODRIGUES, F. C. M.; FREITAS, N. P.; MARTINS, R. B. Sementes florestais: guia para germinação de 100 espécies nativas. São Paulo: Instituto Refloresta, 2012. 159 p.
7 BORGO, M. A Floresta Atlântica do litoral norte do Paraná, Brasil: aspectos florísticos, estruturais e estoque de biomassa ao longo do processo sucessional. 2010. 165 f. Tese (Doutorado em Ciências Florestais) - Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba. 2010.
8 MORAES, G. J. de; BERTI FILHO, E. Coleobrocas que ocorrem em essências florestais. Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais - IPEF, Piracicaba, n. 9, p. 27-42, 1974.
9 DAVIDE, A. C.; SILVA, E. A. A. da. Produção de sementes e mudas de espécies florestais. Lavras: Ed. UFLA, 2008. ed. 1, 175 p.
10 KINOSHITA, L. S.; TORRES, R. B.; FORNI-MARTINS, E. R.; SPINELLI, T.; AHN, Y. J.; CONSTÂNCIO, S. S. Composição florística e síndromes de polinização e de dispersão da mata do Sítio São Francisco, Campinas, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica, Feira de Santana, v. 20, n. 2, p. 313-327, 2006.
11 YAMAMOTO, L. F.; KINOSHITA, L. S.; MARTINS, F. R. Síndromes de polinização e de dispersão em fragmentos da floresta estacional semidecídua montana, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica, Feira de Santana, v. 21, n. 3, p. 553-573, 2007.
12 RIO GRANDE ENERGIA - RGE. Manual de arborização e poda. Rio Grande do Sul: Gráfica Editora Pallotti, 2000. 40 p.
13 VACCARO, S.; LONGHI, S. J.; BRENA, D. A. Aspectos da composição florística e categorias sucessionais do estrato arbóreo de três subseres de uma floresta estacional decidual, no Município de Santa Tereza - RS. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 9, n. 1, p. 1-18, 1999.
14 LEITE, E. C; RODRIGUES, R. R. Fitossociologia e caracterização sucessional de um fragmento de floresta estacional do sudeste do Brasil. Revista Árvore, Viçosa, v. 32, n. 3, p. 583-595, 2008.
15 ZANGARO, W.; NISIZAKI, S. M. A.; DOMINGOS, J. C. B.; NAKANO, E. M. Micorriza arbuscular em espécies arbóreas nativas da bacia do Rio Tibagi, Paraná. Cerne, Lavras, v. 8, n. 1, p. 77-87, 2002.
16 LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. 4 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002. v.1, 368 p.