: Ficou o móvel por lá. Só não pegou a criação porque tiraram junto correndo.
: Não deu tempo de tirá tudo.
: Mai nem dava tempo porque era uma fazenda muito grande. Agora o cilindro lá é medonho, era grandão que fazia açúcar né? Engenho de pinga...fazia tudo. Mais ficou tudo no meio daquela água.
: A fazenda dela ali ocê vindo de Nazaré, tem a primeira ponte, aquela ponte grande né? Na segunda ponte, já falaram, ocê já percebeu que começaram a fazê um hotel que tá embargado. Do lado esquerdo, ali era o terreno do pai dela. A estrada cortou no meio, tem uma parte do lado direito, naquele morro assim, e tem aquela parte de baixo. A fazenda dela era lá embaixo na estradinha lá por baixo, não é por onde é a Dom Pedro [rodovia] hoje...Saía debaixo daquela ponte grande, antigamente. Ficou tudo... o terreno do pai dela, a parte que tinha de fazê planta que plantava ficou tudo debaixo d’água. A parte de...a gente falava a varge né? Tudo debaixo d’água, tinha o lugar de horta, tinha o mangueirão de porco que se usava aquele tamanho desse sítio aqui inteiro, que sortava porco, sortava bezerro, de tarde, tudo no meio ali, de tarde, outro dia cedo o bezerro vinha, o porco ficava lá. Moía cana, os bagaço da cana jogava por ali memo, os porco devorava tudo, cavalo, burro, e tudo...num tinha trato que nem hoje não.
: E tinha mais mato hoje ou antes?
: Antes tinha mais mato. Mesmo com a turma derrubando tinha mato. Tuda região tinha mato. Porque é que nem eu falei, o pessoal derrubava um alqueire de mato, ficava, vamos supor, dois, três alqueire do vizinho no caso, vamos supor que ele não tivesse mais. Então ele ficava numa quarta. O que que a turma fazia, requeria lá, deixava mais uma quarta do outro, meio paralelo daquele ali, então aquele ali tava crescendo, aquele outro, aquele outro tava crescendo, daí eles [...] e tiravam aquele meio que ficou da floresta. A reserva que nóis falava. Tirava a reserva, ficava outro. Quer dizê, eles tiravam a reserva, mais um pouquinho (risos) do lado sempre...a reserva era o mínimo que ficava (risos). Naquele tempo num tinha perseguição. Tinha muita fartura por causa disso. A turma derrubava matão, mato memo, mata, que o meu tio chegou a derrubá lá eu conto a história pra turma hoje, a turma não acredita. Diz que é mentira e quarquer um diz que é mentira. O que eu conto vou nem falá porque...a turma num acredita. A madeira que meu tio, a turma derrubaram no machado, naquele tempo num tinha nem serra, motosserra, essas coisas. No machado então ficou crivado assim naquela madeira. Então a gente ia trabaiá, tudo dia, um catava uma vara de madeira queimada, tocô fogo, depois de uns três mêis, tocô fogo, queimou uma boa parte, mais a maioria ficou, daí plantamo milho nos vão, e feijão, de lá que saía aquela serraia que falei pro cê. Saía aquela serraia que aqueles pé mole, aqueles pé, dava vontade de comê cru (risos). E num dava mato né? Só aquelas brotinha na madeira, daí quando aquela terra enfraquecia, argum deixava pra pasto outro ...