A guajuvira ou apé branco é considerada uma árvore de grande porte (até 35 m de altura na idade adulta), adequada para arborização de vias públicas com ausência de fiação. Apresenta crescimento lento a moderado e é indicada para reflorestamento de matas ciliares e barrancos, por suportar inundações periódicas e possuir um vasto sistema radicial. Suas flores são melíferas, perfumadas, de cor branca ou creme, pequenas e agrupadas em panículas terminais. Seus frutos são facilmente dispersados pelo vento, devido a presença do cálice (semelhante a uma hélice) e das pétalas acopladas. Apresenta diversos usos silviculturais, destacando-se pela boa flexibilidade da madeira, permitindo a confecção de peças curvadas. Além de ser usada na confecção de móveis de luxo e tacos para assoalho devido a boa superfície para envernizamento.
produtos madeireiros (artigos esportivos, cabo de ferramentas, celulose e papel, tacos, energia, movelaria), produtos não madeireiros (apícola, medicinal, substâncias tanantes) 1,2
Observa-se como praga o serrador Oncideres dejeani (Coleóptera: Cerambycidae). Quanto a doenças, a guajuvira é muito atacada por erva de passarinho, notadamente Phoradendron linearifolium (CARVALHO, 2003). Assim como pelas larvas , pupas e adultos do Pityophithorus sp (Fam. Scolytidade) em sementes da espécie (ZIDCO, 2002). 4,2
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Áreas encharcadas/alagadas, Áreas bem drenadas 6,2
A guajuvira suporta inundações periódicas de rápida duração e é recomendada para proteção das barrancas dos rios, devido ao vasto sistema radicial (CARVALHO, 2003). Já Lorenzi (1998), referi-se a espécie como bem adaptada a solos profundos e úmidos, porém não encharcados.
As sementes devem ser colhidas na transição da cor amarelada para marrom claro. As membranas que rodeiam a semente devem ser retiradas manualmente ou por maceração.
Recomenda-se semear em sementeiras e depois repicar as plântulas para recipientes individuais de dimensões mínimas: 20cm de altura e 7cm de diâmetro, ou tubetes de polipropileno de tamanho médio (CARVALHO, 2003). Backes e Irgang (2004), também recomendam a semeadura em canteiros, logo após a colheita dos frutos e sua breve secagem. A repicagem deve ocorrer de 2 a 3 semanas após a germinação e o plantio após 4 meses. A espécie propaga-se também por estacas de galho (BACKES ; IRGANG, 2004).
1 BACKES, P.; IRGANG, B. Mata Atlântica: as árvores e a paisagem. Porto Alegre: Paisagem do Sul, 2004. 396p.
2 CARVALHO, P. E. R. Espécies arbóreas brasileiras. 1. ed. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2003. v. 1, 1039 p.
3 SOARES, M. P. Verdes urbanos e rurais: orientação para arborização de cidades e sítios campesinos. Porto Alegre: Cinco Continentes, 1998. 242 p.
4 ZIDKO, A. Coleópteros (Insecta) associados às estruturas reprodutivas de espécies florestais arbóreas nativas no Estado de São Paulo. 2002. 43 f. Dissertação (Mestrado em Recursos Florestais) - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo, Piracicaba. 2002.
5 MELO, J. I. M. de; SILVA, L. C. da; STAPF, M. N. S.; RANGA, N. T. Boraginaceae. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB116137>. Acesso em: 11 jul. 2013.
6 LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Editora Plantarum, 1998. v.1, 360 p.
7 YAMAMOTO, L. F.; KINOSHITA, L. S.; MARTINS, F. R. Síndromes de polinização e de dispersão em fragmentos da floresta estacional semidecídua montana, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica, Feira de Santana, v. 21, n. 3, p. 553-573, 2007.
8 RIO GRANDE ENERGIA - RGE. Manual de arborização e poda. Rio Grande do Sul: Gráfica Editora Pallotti, 2000. 40 p.
9 WIELEWICKI, A. P.; LEONHARDT, C.; SCHLINDWEIN, G.; MEDEIROS, A. C. de S. Proposta de padrões de germinação e teor de água para sementes de algumas espécies florestais presentes na Região Sul do Brasil. Revista Brasileira de Sementes, Pelotas, v. 28, n. 3, p. 191-197, 2006.
10 VACCARO, S.; LONGHI, S. J.; BRENA, D. A. Aspectos da composição florística e categorias sucessionais do estrato arbóreo de três subseres de uma floresta estacional decidual, no Município de Santa Tereza - RS. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 9, n. 1, p. 1-18, 1999.
11 LEONHARDT, C.; BUENO, O. L.; CALIL, A. C.; BUSNELLO, A.; ROSA, R. Morfologia e desenvolvimento de plântulas de 29 espécies arbóreas nativas da área da Bacia Hidrográfica do Guaíba, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série Botânica, Porto Alegre, v. 63, n. 1, p. 5-14, jan./jun. 2008.