Mata Atlântica (Campo de Altitude, Floresta Ombrófila Mista) 5
CR - Criticamente em perigo (UICN)
Restauração, Silvicultura
Esta espécie de exuberante beleza e de aspecto original, contrasta com as demais árvores do sul do Brasil, onde ocupa as regiões de altitude. As árvores são de sexo separado e as flores femininas formam a chamada pinha. Seu fruto, o pinhão, é comestível e muito apreciado no sul do país, além de ser avidamente consumido por várias espécies de fauna. Seu tronco reto, colunar e quase cilíndrico, fornece madeira de alta qualidade.
produtos madeireiros (brinquedos, cabo de vassoura, caixotaria, instrumento musical, lápis, palitos de fósforo, celulose e papel, forro e teto, ripas, carpintaria e marcenaria, móveis), produtos não madeireiros (alimentação humana, recurso para fauna, ornamental) 6,4,1,2
Pragas: lagartas que danificam as sementes, botões apicais e os ramos, onde abrem sua galerias; "lagarta da araucária" que destroem acículas; Elasmopalpus lignosellus (danos em plantas jovens, caracterizados por lesões na região do colo da planta, podendo causar sua morte) e Fulgurodes sartinaria.
Doenças: Há a presença de fungos que podem atacar a araucária, entre eles: Armillaria mellea “amilariose”, Cylindrocladium sp., Diplodia pinea, Rosellinia bunodes “roseliniose”. 4,1
Amentilho (masculino): agosto a janeiro e o estróbilo (feminino): floresce o ano todo (CARVALHO, 1994); floresce de setembro a outubro (LORENZI, 2002).
Aves e roedores. Entre as aves, está a gralha azul (Cyanocorax caeruleus), a gralha picaça ou gralha amarela que escondem o pinhão no chão para buscar mais tarde, exercendo a função de dispersores. Há também alguns pequenos roedores como camundongos, pacas, cutias, ouriços e esquilos. 1,3,4
Os pinhões são obtidos de duas maneiras: a) as pinhas “desfalham” quando maduras e os pinhões são catados no chão. Este método deve ser evitado, pois tão logo as sementes atingem o solo, ocorre intenso ataque de roedores e insetos; b) as pinhas são derrubadas na árvore e os pinhões são extraídos manualmente da pinha. É aconselhável, ao serem colhidas as pinhas, a eliminação de sementes pequenas localizadas nas extremidades das pinhas.
Sem necessidade de tratamento, Imersão em água 7,1,8
Não há necessidade de quebrar a dormência. Porém, é prática usual deixar os pinhões em imersão em água à temperatura ambiente por 24 ou 48 horas para embebição e semear somente os pinhões que afundam, rejeitando os que flutuam.
1 CARVALHO, P. E. R. Espécies florestais brasileiras: recomendações silviculturais, potencialidades e uso da madeira. Colombo: EMBRAPA – CNPF; Brasília: EMBRAPA – SPI, 1994. 640 p.
2 GARCIA, R. J. F. Araucariaceae In: WANDERLEY, M. das G. L.; SHEPHERD, G. J.; GIULIETTI, A. M. (Ed.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP: HUCITEC, 2002. v. 2, p. 1 - 2.
3 KUNIYOSHI, Y. S. Morfologia da semente e da germinação de 25 espécies arbóreas de uma floresta com araucária. 1983. 233 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba. 1983.
4 CARVALHO, P. E. R. Espécies arbóreas brasileiras. 1. ed. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2003. v. 1, 1039 p.
5 SOUZA, V. C.; BORTOLUZZI, R. L. C. Cassia. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB82785>. Acesso em 26 abr. 2013.
6 LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. 4 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002. v.1, 368 p.
7 MEDEIROS, A. C. S.; EIRA, M. T. S. Comportamento fisiológico, secagem e armazenamento de sementes florestais nativas. Colombo: Embrapa Florestas, 2006. 13 p. (Circular Técnica, 127).
8 MEDEIROS, A. C. de S. Aspectos de dormência em sementes de espécies arbóreas. Colombo, PR: Embrapa, 2001. 12 p. (Circular Técnica, 55).
9 CATHARINO, E. L. M.; BERNACCI, L. C.; FRANCO, G. A. D. C.; DURIGAN, G.; METZGER, J. P. Aspectos da composição e diversidade do componente arbóreo das florestas da Reserva Florestal do Morro Grande, Cotia, SP. Biota Neotropica, Campinas, v. 6, n. 2, 2006.
10 PAULA, E. J.; ALVES, J. L. H. 992 Madeiras nativas do Brasil: anatomia-dendrologia-produção-uso. Porto Alegre: Cinco Continentes, 2010, 461p.