A capororoca é uma planta que ocorre preferencialmente em encostas e beira de córregos. Sua altura varia de 6 a 20 m, seu tronco é canelado, de casca externa acinzentada, com pequenas escamas. Ela é certamente umas das frutíferas nativas mais importantes, pois é consumida por gralhas, sabiás, jacus, bugios e cerca de 30 outras espécies de pássaros. Como espécie indiferente ao tipo de solo, costuma formar caules subterrâneos horizontais em dunas arenosas. É uma Importante pioneira, formadora de florestas diretamente sobre o campo, que merece mais atenção quanto às suas propriedades.
produtos madeireiros (esteios, celulose e papel, construção civil, carvão, lenha), produtos não madeireiros (alimentação animal (forragem), alimentação humana, apícola, recurso para fauna, ornamental, farmacêutico ou industrial, substâncias tanantes) 18,1,3,25,5,9,26,20,27
Etnobotânica & História
A madeira da capororoca é leve e de baixa durabilidade quando exposta a chuvas, ventos fortes e muito sol. A madeira é utilizada apenas para obras internas. Na região de Nazaré Paulista, a capororoca foi bastante utilizada como lenha, carvão e para a construção civil.
Excelente regeneração natural na vegetação secundária, onde se observa bom crescimento inicial em altura (CARVALHO, 2003). Possui IMA de altura de 0,6 m/ano e IMA de DAP 0,5 m/ano (FERREIRAM et al., 2007).
Áreas encharcadas/alagadas, Áreas bem drenadas 22,23,3,18,5
A maioria das referências consultadas recomenda a espécie para plantio em terrenos secos e nas margens dos rios. No entanto, Carvalho (2003) menciona que a capororoca suporta inundações periódicas de curta duração, bem como o encharcamento.
Colher os frutos diretamente da árvore quando maduros, cortando-se os ramos carregados. Em seguida, retirar manualmente os frutos derriçando-se os ramos. Deixar os frutos secar à sombra, não havendo necessidade de despolpá-los. Portanto, os frutos assim obtidos podem ser diretamente utilizados para semeadura como se fossem sementes (LORENZI, 2002).
Os frutos devem ser coletados quando mudam de coloração verde para arroxeada. Devem ser postos em molho em água e, após a maceração, lavados e secos em peneira em ambiente ventilado (CARVALHO, 2003)
Sem necessidade de tratamento, Tratamento térmico, Tratamento químico, Escarificação mecânica, Tratamentos combinados 13,5,3,12,1
Possui diversos tratamentos. Sem necessidade de tratamento (LORENZI, 2002). Escarificação mecânica (BACKES; IRGANG, 2004). Imersão em água a temperaturas alternas, sendo 20°C por 12 horas e 30°C por 12 horas (MORI et. al, 2012). Escarificação em ácido sulfúrico, por 5 minutos (CARVALHO, 2003). Colocar em estufa por 12 horas à temperatura de 20°C e 12 horas à temperatura de 30°C (QUEIROZ; FIAMONCIN, 1991).
Semeadura direta dos frutos com as sementes em canteiros semi-sombreados, após escarificarão. A planta também reproduz-se por estacas (BACKES; IRGANG, 2004). Colocar os frutos para germinação, logo que colhidos, em canteiros semi-sombreados (LORENZI, 2002). A repicagem é recomendada 4 a 8 semanas após a germinação e recomenda-se colocar em sacos plásticos (CARVALHO, 2003).
1 BACKES, P.; IRGANG, B. Mata Atlântica: as árvores e a paisagem. Porto Alegre: Paisagem do Sul, 2004. 396p.
2 HOELTGEBAUM, M. P.; QUEIRÓZ, M. H.; REIS, M. S. Relação entre bromélias epifíticas e forófitos em diferentes estádios sucessionais. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 64, p. 337-347, jun. 2013.
3 LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. 4 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002. v.1, 368 p.
4 PASCOTTO, M. C. Rapanea ferruginea (Ruiz et Pav.) Mez. (Myrsinaceae) como uma importante fonte alimentar para as aves em uma mata de galeria no interior do Estado de São Paulo. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 24, p. 735-741, 2007.
5 CARVALHO, P. E. R. Espécies arbóreas brasileiras. 1. ed. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2003. v. 1, 1039 p.
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