A pata de vaca é uma árvore popularmente empregada no combate à diabetes, à diarréia, além de ser diurética e antiséptica. Normalmente apresenta pequeno porte, mas pode atingir até 20 m de altura. É fácil reconhecê-la por suas folhas em forma de pata de vaca, dividida até acima do meio. Embora apresente ramos com espinho, é uma espécie muito ornamental por apresentar flores vistosas, perfumadas e brancas que contrastam com o verde das folhas. Além de ser indicada para a arborização de ruas é recomendada para plantios em áreas degradadas, preferencialmente em solos permeáveis, com boa drenagem.
produtos madeireiros (caixotaria, celulose e papel, construção civil, carvão, lenha, carpintaria e marcenaria), produtos não madeireiros (alimentação animal (forragem), apícola, cortina vegetal, medicinal, ornamental, produto bioquímico) 2,1,5
Etnobotânica & História
A pata de vaca é uma espécie adequada para produção de celulose e suas folhas podem ser usadas para alimentação animal. Sua madeira, de baixa durabilidade quando exposta ao tempo, é utilizada para caixotaria e obras leves. Na região de Nazaré Paulista essas árvores eram tradicionalmente utilizadas como lenha e para a fabricação de carvão.
Apresenta crescimento moderado, com incremento médio de 8,90 m³/ha/ano, com casca, aos 6 anos de idade (CARVALHO, 1994). Planta de rápido crescimento (LORENZI, 2002).
A espécie não se associa com Rhizobium (CARVALHO, 1994). Resposta média da espécie à inoculação de micorriza arbuscular (MA) e ausência de colonização da MA no campo (ZANGARO et al., 2002).
É necessário coletar os frutos quando passam de cor verde para marrom antes da deiscência, pois a espécie apresenta dispersão do tipo autocórica . Após a coleta, os frutos podem ser colocados ao sol para a sua abertura e extração das sementes.
Tratamento térmico, Imersão em água, Escarificação mecânica 8,5,1,9
Pode-se aumentar a germinação das sementes com algum tipo de escarificação, uma vez que a baixa germinação (inferior a 30 %) esteja relacionada com a dureza do tegumento (LORENZI, 2002). A semente deve ser submetida em água quente, com temperatura inicial de 80ºC, por 10 minutos para embebição (CARVALHO, 2003). Sementes desta espécie germinaram acima de 80 % entre 15 e 30ºC constantes (ROSA; FERREIRA, 2001). Outro tratamento eficiente é imersão em água quente a 80ºC, por 10 minutos (MORI et al., 2012).
Semeadura em canteiros ou recipientes individuais (BACKES; IRGANG, 2004). Colocar para germinar logo que colhida, em embalagens individuais à meia-sombra (LORENZI, 2002). Recomenda-se semear duas sementes em saco de polietileno com dimensões mínimas de 11 cm de altura e 4,5 cm de diâmetro, ou em tubetes de polipropileno de tamanho médio. Caso a semeadura seja em canteiros, a repicagem por ser feita para as embalagens 2 a 4 semanas após o início da germinação (CARVALHO, 2003; BACKES; IRGANG, 2004).
Espécie heliófila, porém aceita sombreamento leve (CARVALHO, 1994).
Dados madeireiros
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Bibliografia
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